(Por Ivan Silva)
Ainda quando trabalhava como vendedor de produtos químicos, levantei cedo e cheio de disposição à vida, apesar dos olhos depressivos.
Sem nada me importar com as horas fui em direção àquilo que me chamava: a condenação, o eletrochoque... sempre que falo algo decorado meu cérebro frita. Enfim, abri o portão da rotina e caminhei como de costume, até encontrar o homem de negócios. Ao encontrá-lo, já com a agonia de uma criança febril prestes a levar injeção na bunda, fui apresentado a um cara, desconhecido, que agora estava ali, batendo um papo com o homem de negócios. Cabelos compridos, enrolados, algumas tatuagens, pernas amputadas... a princípio me cumprimentou e perguntou meu nome, me disse que ficou sabendo das pinturas que faço e da banda que toco. Isso através do já mencionado homem, que se mantinha ali... escutando a prosa atentamente, como alguém que espera um momento de distração pra dar o bote.
Nisso, a conversa foi desenrolando. Dizia o cara desconhecido, à respeito de uma das minhas primeiras perguntas, que perdeu as pernas num acidente de trem, e que após ter despertado no hospital, ganho alta e ido pra casa, "já era, nunca mais vai andar, tudo que for fazer denpenderá dos outros" foi a primeira coisa que ouviu da família. Isso o incomodou, disse também... mas não o fato de ter perdido as pernas. Achava sim que andar ainda era possível... e a idéia de depender de todos em tudo, repeliu com palavrões, eternos vão tomar no cú.
Ao dizer isso, o homem de negócios chacoalhou o rabo... mirei meus olhos no céu nublado e rapidamente me concentrei de novo naquilo que ouvia, ou via, não sei, não importa. O barulho do chocalho era ameaça pequena. O cara desconhecido estava falando de esperança, palavra que ouvi Quintana dizer debaixo d'água... um sopro de vida. Sim.
Dizendo esse cara, não tão mais desconhecido (Dilsin como disse se chamar) que, conversa vai conversa vem, era olhos nos olhos, encarando mesmo... explicou demonstrar sua atenção assim, e continuou, dizendo que após toda aquela imposição de pessimismo, à noite fugiu de casa, decidido ir a até a praia.
E assim foi, entrou na estrada com a cadeira de rodas, usando a força que tinha nos braços e a vontade pra fazer o caminho. Exausto, quando chegou a praia, se jogou na areia, percebendo que a dificuldade em andar ali era maior.
Assim que se recuperou, se moveu até as rochas e ali sentou, lançando no mar a vara de pesca que tinha levado. Sem entrar em detalhes, dizer se conseguiu pescar ou não, após isso, apenas contou que revoltado, tendo refletido sobre os acontecimentos, sociedade, existência, vida, lançou no mar sua carteira.
"Pra quê essa porra de carteira?! Dinheiro, documento... Cansei dessa merda, não faço parte de mais nada!"... nessa parte o homem de negócios tateou o ar com a língua, tornando a balançar o chocalho.
Nisso, Dilsin frisou... falando que às vezes fazemos coisas sem pensar, sem medir as consequências... e que esse momento, da carteira ao mar, mais tarde, considerou ato de liberdade e também mancada.
Mas foi no embalo desse ato de liberdade que pegou sua carteira de cigarro vazia e encheu com areia, na intenção de provar a família que conseguiu ir à praia, e assim, foi rumo à outra cidade, onde aconteceria uma festa rave- afirmou várias vezes o gosto por música eletrônica. No meio da festa, sacudiu feliz a cadeira, rodeado por mulheres, varando a noite na dança orgíaca, indo embora apenas pela manhã. Momento em que percebeu a cadeira bamba... uma das rodas, a pequena da frente que servia de apoio, estava frouxa. Com ela nessas condições, era muito mais puxado, teria que se equilibrar nas duas rodas... Coisa que o levaria a exaustão e depressa, gastaria muito tempo pra chegar ao próximo destino.
Pensou no que podia fazer e procurou uma oficina, a única que tinha na cidade, onde o dono era um pastor, de alguma igreja, não mencionou, ou talvez mencionou e eu tenha esquecido. Só me lembro que, ao explicar a situação, disse o Dilsin, ao ter explicado ao pastor que lançou a carteira no mar e estava sem documentos, nem dinheiro e havia perdido um parafuso e precisava de outro, pra colocar na roda de apoio da cadeira, levou um não, na cara. Começando a ver aí o ato de liberdade como mancada, atitude infeliz.
Isso fez com que cada expressão do homem de negócios fosse traduzida no ar.
"Aí, viu! Era isso que eu queria dizer, não adianta ser radical demais, em algum momento você tem que ser maleável, ou o sistema irá te podar de todas as maneiras."
Mirei outra vez meus olhos no céu nublado e rapidamente me concentrei
naquilo que ouvia, ou via, não sei, não importa. O barulho do chocalho
era ameaça pequena...
Dilsin continuou, dizendo que depois do não que levou, resolveu ir a delegacia, pra tirar novos documentos, assim poderia sacar dinheiro no banco e comprar uma passagem de ônibus, pra voltar pra casa. Quando procurou a delegacia, pegaram seus dados e deram dois dias pra que os documentos ficassem prontos. E isso, à base de abuso de poder, preconceito, humilhação.
"Um cara aleijado desse não é humano", alto e claro, disse que ouviu isso vindo de um grupo de policiais. O ódio o fez desejar ter pernas ainda, só pra poder dar pelo menos uma porrada bem dada no policial que disse isso, mesmo que morresse com um tiro. Essa foi a primeira vez que ele se considerou um aleijado... Passado isso, foi direto pra casa, encontrando lá sua mãe que estava desesperada. Ninguém conseguia acreditar no que ele tinha feito, no acontecido... mas a partir daí ele voltou a mexer com artesanato, que antes do acidente já era seu trabalho.
*Nesse texto tem um pouco de uma das conversas que tive, em 2012. Conversei uma vez só com esse camarada, o Dilsin, que na época morava em Minas, se não me engano, acabou vindo parar na cidade. Depois disso perdi o contato... não sei o que anda fazendo. Imagino que dando força a outros cadeirantes por aí.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
P12 (PI AO QUADRADO) OU POLITICAMENTE INCORRETO AO QUADRADO - EDITORIAL
A tendência, quando se pensa diferente da maioria, é em determinados
momentos nos considerarmos loucos. Aquela coisa, que aprendemos desde
pequenos, dentro dos conceitos da “democracia”, de que se a maioria
pensa e quer uma coisa, esta coisa deve estar correta. Mas quando
começamos a ler e pesquisar, buscando outros pensamentos de outras
pessoas, acabamos por chegar a conclusão que, ou não somos realmente
loucos, ou ao menos não somos tão poucos.
Quando comecei a explanar meus pensamentos, comecei a ser tachado de
"Politicamente Incorreto" e na época nem sabia exatamente o que era
isso. Havia conhecido o “Patrulhamento Ideológico”, ainda nos anos 1970,
mas comecei a perceber que as coisas atualmente eram muito piores e
mais danosas e perigosas. E também a perceber que existem, não apenas no
mundo acadêmico e até na própria mídia, pessoas que também tem esse
pensamento. Filósofos como o Luiz Felipe Pondé no Brasil e Roger Scruton
na Inglaterra; e jornalistas como Walter Navarro. E mesmo dentre as
pessoas, digamos, mais simples, pessoas comuns, que apesar de não
estarem debaixo dos holofotes e na frente de microfones de rádio e
televisão, também tem esse pensamento na contramão. Pessoas que
questionam seu mundo e que não aceitam o que é vomitado e imposto a
força.
E foi baseado nisso que lancei a ideia desta revista. Aglutinar esse
pensamento que não tem lado, não está nem à direita nem a esquerda,
muito menos no centro. Ou se está de algum lado, é o do pensamento
livre, coisa que tem sido combatido pelo poder dominante que descobriu
que a melhor maneira de dominar as pessoas seria com a "pasteurização" e
a uniformização do pensamento, nivelando por baixo os conceitos sociais
e morais, transformando até mesmo coisas simples e necessárias como
cantigas de roda e o humor em alvos de criticas, e até mesmo de
processos.
Aliás, os processos judiciais substituíram bem a chibata e a tortura nos
porões da repressão militar. Antes, os que pensavam diferente do que
era imposto eram torturados e mortos, hoje são processados, o que as
vezes na prática significa a mesma coisa, impedindo até mesmo essas
pessoas de sobreviver.
Pensar e expor o pensamento livre, de fato, se tornou algo muito
perigoso, como na "crimidéia" de Orwell. Pensar diferente está se
tornando crime, a partir da premissa inventada de uma igualdade que não
existe e chegando a absurdos de fazer com que as pessoas se sintam no
dever de explicar porque estão usando a palavra "preto", em qualquer
circunstância e por qualquer motivo. A coisa se instala na mente das
pessoas, criando o pior tipo de censura, aquela que impede que o criador
de usar determinadas palavras, formas e cores . Uma guerra suja.
E como não sou - a maioria de nós não é - afeito a armas, tiros e
explosões, nos resta apenas uma forma de lutar nessa guerra suja:
continuando a pensar e explanar seu pensamento das formas que ainda
podemos. E esse é o motivo maior da existência de PI2, Pi Ao Quadrado,
ou Politicamente Incorreto ao Quadrado.
Luiz Carlos Barata Cichetto
Politicamente Incorretos:
- Luiz Felipe Pondé
- Walter Navarro
- Luiz Carlos Barata Cichetto
- Delciderio do Carmo
- Toni, Le Fou
- Renato Pittas
- Emanuel R. Marques
- Marcelo Moreira
- Gabriel Fox
- Diego El Khouri
- Giovani Iemini
- Wellington Vinícius Fochetto Jr.
- Isaac Soares de Souza
- Eliezer Soares de Souza
- Joanna Franko
- Alejandra Arce D Fenelon
- Celso Moraes F.
- Roger Scruton
- Erika Zaituni
- Carlos Crummond de Drummond
http://molholivre.blogspot.com.br/2012/12/p12-pi-ao-quadrado-ou-politicamente.html
Pra quem quiser conferir o livro tá disponível nesse link http://issuu.com/barata.cichetto/docs/pi2_01_revista
Pra quem quiser conferir o livro tá disponível nesse link http://issuu.com/barata.cichetto/docs/pi2_01_revista
sábado, 15 de dezembro de 2012
?
(Por Nutyelly Cena)
Meu olhar passou por um quarto com a porta aberta, vi uma mulher pálida, de cabeça raspada que olhava para a janela chorando nesse momento meu mundo se transportou para o dela pensei nela na infância no que ela gostava de brincar. Se ela chegava em casa depois de brincar na rua com os amigos. Ela na escola, preocupada em passar de ano. E agora ela estava ali, frágil. O que ela pensava ao olhar pela janela? Senti uma vontade enorme de entrar ali e abraçá-la, mas então a senhora do balção me chamou e voltei .
domingo, 9 de dezembro de 2012
SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
(Por Ivan Silva)
Trabalhando sem cessar
consciência e inconsciência,
feito um Gregor Samsa,
encaro o Tédio da rotina
com outros funcionários
que desconhecem ter asas
e chamam uns aos outros de otários,
se comportam mesmo como proletários...
Trabalhando de lua a lua, competindo
entre si, rimando vida com vazio,
suados e encurvados, submissos,
escravos com corrente até os dentes,
tão iludidos que não conseguem se ver
cada um o elo da sanguínea corrente.
Trabalhando sem cessar
consciência e inconsciência,
feito um Gregor Samsa,
encaro o Tédio da rotina
com outros funcionários
que desconhecem ter asas
e chamam uns aos outros de otários,
se comportam mesmo como proletários...
Trabalhando de lua a lua, competindo
entre si, rimando vida com vazio,
suados e encurvados, submissos,
escravos com corrente até os dentes,
tão iludidos que não conseguem se ver
cada um o elo da sanguínea corrente.
domingo, 2 de dezembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
INFINDAMENTE ADENTRO
(Por Ivan Silva)
Ruminante, com 24 anos nas costas, feito camelo mascando as horas,
tento um curso de informática.
Estudo com crianças internautas
e encaro tudo como sendo experiência de vida...
Todos os dias, no final da aula,
sem muita expectativa,
abro uma página onde há poesia e deixo aberta.
Depois disso desapareço na tempestade de areia.
Ruminante, com 24 anos nas costas, feito camelo mascando as horas,
tento um curso de informática.
Estudo com crianças internautas
e encaro tudo como sendo experiência de vida...
Todos os dias, no final da aula,
sem muita expectativa,
abro uma página onde há poesia e deixo aberta.
Depois disso desapareço na tempestade de areia.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
NA SALA DA INQUISIÇÃO
(Por Ivan Silva)
pescoço
pescoçar
braço a
braçar
plantar
testa
testar
órgão
tocar
pescoço
pescoçar
braço a
braçar
plantar
testa
testar
órgão
tocar
domingo, 4 de novembro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
O Inesperado
E pra reviragitar minha quinta-feira, zines da Cecilia Fidelli. Recortes, poemas em carta, jornal...
Cheiro de que tudo acaba de sair do forno. Realmente um espanto, inexplicável.
Deixo aqui o blog dessa poeta: http://ceciliafidelli.blogspot.com.br/
Cheiro de que tudo acaba de sair do forno. Realmente um espanto, inexplicável.
Deixo aqui o blog dessa poeta: http://ceciliafidelli.blogspot.com.br/
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
APETITE SÁDICO
(Por Ivan Silva)
foi quando soltei meu barro
resto recheado de vermes
que ela começou a degustar.
foi quando soltei meu barro
resto recheado de vermes
que ela começou a degustar.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
DESENHO FEITO COM AQUARELA
(Por Jorginho A. da Rocha)
Aqui tem outros: www.facebook.com/media/set/?set=a.105775822868174.12015.100003072714088&type=3
Aqui tem outros: www.facebook.com/media/set/?set=a.105775822868174.12015.100003072714088&type=3
domingo, 16 de setembro de 2012
ZINE NA ÁREA
Zine David Beat, do David Beat, isso mesmo. Com poemas, desenhos, indicações de filmes, livros, e outras coisas mais.
Pra entrar em contato: pennybeat@gmail.com ou acesse alguns dos sites: http://poesiapopediversa.blogspot.com.br/ e http://www.flickr.com/photos/david_beat/7790693082/in/photostream/ onde tem vários desenhos dessa mente inquieta que se despe do medo e nos escarra o inconsciente.
Pra entrar em contato: pennybeat@gmail.com ou acesse alguns dos sites: http://poesiapopediversa.blogspot.com.br/ e http://www.flickr.com/photos/david_beat/7790693082/in/photostream/ onde tem vários desenhos dessa mente inquieta que se despe do medo e nos escarra o inconsciente.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
AGORA QUE ELA CANTA
Antônio Eduardo Planchêz de Carvalho
um homem do passado no dia de hoje
Uma tristeza tão longínqua respira arcada
em minhas janelas humanas
Na divisa da tarde ruiva com a noite relva,
no pêlo de um lobo, pantera, mocho e corvo
Trago o fígado da tarde-noite
para ser tratado pela água dos meus olhos
"O rio de Piracicaba vai jogar ‘almas’ pra fora"
Delírios de um ano inteiro
para um vivente dos temporais inusitados
Gostaria de saber escrever bem melhor
Gostaria de anoitecer agora, agora que ela canta
Primeira luz trazida
pelas lontras das chuvas eternas
Resta-me ser um único hemisfério
Pelo azul eu sou o meridional
Pelo canto do uirapuru esqueço
tudo o que disse anteriormente
e me oculto na floresta
Através dos vãos das folhas pardas
avisto luas-planetas- astros-estranhos
Construo poemas gigantes com os pés
Fôlego, é o que mais tenho
Meu fôlego de flores cobre todo o Brasil
nas penas de mil bandos de papagaios,
araras e bicos-de-lacre
Lágrimas de pedra precipitam-se
das dezenas de ossos que tenho:
olhos nos ossos,
nas unhas e nos cabelos do sexo
Peruca das árvores cobertas do orvalho
Antônio Eduardo, pai e mãe de todos os cachorros
Cipó-chumbo brotando dos botões do micro-systen
Nos resta um contrabaixo acústico cosendo
a fartura rítimica das últimas milhares de semanas
As bocas de mil Budas se abrem,
escorrem estrelas e o que não sei definir
Pássaros do breu, filhos de Allen Ginsberg
e Florbela Espanca
Minhas vistas violetas amam a gelatina
dos versos clitóris de Ana Cristina Cesar
A luminosidade da minha poesia
é um antídoto ao avanço neo-conservador
A luminosidade da tua poesia é um antídoto
ao avanço neo-conservador
Chamar Allen Ginsberg de senhor é sacanagem
A boa música é negada às pessoas
O Brasil “exporta” os seus melhores talentos
e os nega para o seu próprio povo
E nos impõe uma ditadura mental
Ninguém conseguirá deter
o grande renascimento da poesia
Ninguém, nenhum demônio careta
conseguirá deter o renascimento
do verdadeiro espírito humano
Que se dane que os "Marrecos da latrina"
venderam dois milhões de cópias,
o Brasil tem 150 milhões de habitantes,
não somos obrigados a engolir
esse e outros lixos oportunistas
Mediocridade se opondo à eternidade
Se esses aproveitadores
olharem para o sol (interno)
conhecerão a cegueira de suas pobrezas
E quem é que precisa de lixo?
Determino o renascimento do homem total
Homem, homem, nem um pouco Deus e sim homem,
profundamente integrado
ao movimento do planeta,
a partir do movimento de sua comunidade,
das pessoas que ali vivem
"É chegada a hora de reeducação de alguém,
do pai, do filho, do espírito santo, amém!"
Aquele que luta apenas
em prol de seu próprio benefício
está terrivelmente errado,
esse não é o movimento do universo,
essa não é a corrente do grande oceano vivo
Você, que se calou por pura conveniência,
deveria cortar literalmente a língua
e jogar aos porcos
Dinheiro, poder, posição, jogos de interesses:
que pobreza!
Os homens esqueceram que são pássaros
Tire seu velho sapato
antes que seja tarde
e pise o ventre de Mãe Terra
Dancemos voltados para a África,
para a Índia, para a Serra da Mantiqueira,
para extremo sul dos Andes
Rebolemos recitando os versos
de todos os poetas brasileiros
Nordeste
Sul
Centro-Oeste
Norte
Sudeste
Ali está a estrela Dalva
e as estrelas das constelações
Ursa Maior e Ursa Menor
Que tal um "Frevo rasgado"?
"OLHE BEM NOS MEUS OLHOS/OLHE BEM PARA VOCÊ/
O FATO É QUE/ A GENTE PERDEU TODA AQUELA MAGIA (...)"
(Oswaldo Montenegro)
25 de dezembro de 1995
Parque Novo Horizonte-São José dos Campos-SP
(edu planchêz)
um homem do passado no dia de hoje
Uma tristeza tão longínqua respira arcada
em minhas janelas humanas
Na divisa da tarde ruiva com a noite relva,
no pêlo de um lobo, pantera, mocho e corvo
Trago o fígado da tarde-noite
para ser tratado pela água dos meus olhos
"O rio de Piracicaba vai jogar ‘almas’ pra fora"
Delírios de um ano inteiro
para um vivente dos temporais inusitados
Gostaria de saber escrever bem melhor
Gostaria de anoitecer agora, agora que ela canta
Primeira luz trazida
pelas lontras das chuvas eternas
Resta-me ser um único hemisfério
Pelo azul eu sou o meridional
Pelo canto do uirapuru esqueço
tudo o que disse anteriormente
e me oculto na floresta
Através dos vãos das folhas pardas
avisto luas-planetas- astros-estranhos
Construo poemas gigantes com os pés
Fôlego, é o que mais tenho
Meu fôlego de flores cobre todo o Brasil
nas penas de mil bandos de papagaios,
araras e bicos-de-lacre
Lágrimas de pedra precipitam-se
das dezenas de ossos que tenho:
olhos nos ossos,
nas unhas e nos cabelos do sexo
Peruca das árvores cobertas do orvalho
Antônio Eduardo, pai e mãe de todos os cachorros
Cipó-chumbo brotando dos botões do micro-systen
Nos resta um contrabaixo acústico cosendo
a fartura rítimica das últimas milhares de semanas
As bocas de mil Budas se abrem,
escorrem estrelas e o que não sei definir
Pássaros do breu, filhos de Allen Ginsberg
e Florbela Espanca
Minhas vistas violetas amam a gelatina
dos versos clitóris de Ana Cristina Cesar
A luminosidade da minha poesia
é um antídoto ao avanço neo-conservador
A luminosidade da tua poesia é um antídoto
ao avanço neo-conservador
Chamar Allen Ginsberg de senhor é sacanagem
A boa música é negada às pessoas
O Brasil “exporta” os seus melhores talentos
e os nega para o seu próprio povo
E nos impõe uma ditadura mental
Ninguém conseguirá deter
o grande renascimento da poesia
Ninguém, nenhum demônio careta
conseguirá deter o renascimento
do verdadeiro espírito humano
Que se dane que os "Marrecos da latrina"
venderam dois milhões de cópias,
o Brasil tem 150 milhões de habitantes,
não somos obrigados a engolir
esse e outros lixos oportunistas
Mediocridade se opondo à eternidade
Se esses aproveitadores
olharem para o sol (interno)
conhecerão a cegueira de suas pobrezas
E quem é que precisa de lixo?
Determino o renascimento do homem total
Homem, homem, nem um pouco Deus e sim homem,
profundamente integrado
ao movimento do planeta,
a partir do movimento de sua comunidade,
das pessoas que ali vivem
"É chegada a hora de reeducação de alguém,
do pai, do filho, do espírito santo, amém!"
Aquele que luta apenas
em prol de seu próprio benefício
está terrivelmente errado,
esse não é o movimento do universo,
essa não é a corrente do grande oceano vivo
Você, que se calou por pura conveniência,
deveria cortar literalmente a língua
e jogar aos porcos
Dinheiro, poder, posição, jogos de interesses:
que pobreza!
Os homens esqueceram que são pássaros
Tire seu velho sapato
antes que seja tarde
e pise o ventre de Mãe Terra
Dancemos voltados para a África,
para a Índia, para a Serra da Mantiqueira,
para extremo sul dos Andes
Rebolemos recitando os versos
de todos os poetas brasileiros
Nordeste
Sul
Centro-Oeste
Norte
Sudeste
Ali está a estrela Dalva
e as estrelas das constelações
Ursa Maior e Ursa Menor
Que tal um "Frevo rasgado"?
"OLHE BEM NOS MEUS OLHOS/OLHE BEM PARA VOCÊ/
O FATO É QUE/ A GENTE PERDEU TODA AQUELA MAGIA (...)"
(Oswaldo Montenegro)
25 de dezembro de 1995
Parque Novo Horizonte-São José dos Campos-SP
(edu planchêz)
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Poema e violão por Ivan Silva, voz Diego El Khouri
Flatulência
Prender peido é falta de sinceridade.
Até mesmo estando só.
O peidante quando peida, por mais que o peido feda,
se expressa muito mal quando cai na risada, mas se expressa pior ainda
quando inventa de tapar o nariz.
Até mesmo estando só.
Só, até mesmo fora do banheiro
(lugar considerável da casa onde se deve fazer as necessidades)
Prender peido é falta de sinceridade.
O peidante, indivíduo que peida, em público é oprimido,
principalmente
quando peida descaradamente sem deixar supeitas a seu respeito,
escutando seriamente: quem foi o frouxo?
ô pessoal,
quem quiser peidar que vá peidar lá no banheiro.
Ninguém aqui é obrigado a respirar carniça dos outros não.
vamos lá pra fora respirar um ar puro, vamos?
--O convite é aceito.
O peidante também vai...
Eu não quero ir peidar no banheiro--Pensa ele.
Tranqüilamente hipócrita, sentindo assim o retardo do peido.
Só até se aproximar, novamente, da mulher que ele ficou afim.
Numa tentativa inútil (devido ao bucolsimo e a flatulência)
de pelo menos dar uma cantada.
domingo, 2 de setembro de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
CTVR LIVE GOIANIRA
Aqui vai um vídeo de mim tocando com um brother que tive a oportunidade de conhecer: Rubem Zachis. Rock n' roll, pé na estrada. Além da Cativeiro, esse camarada tem uns trabalhos solos. Pra conferir é só acessar os links aí http://www.myspace.com/cativeiro/music e http://issocerteza.blogspot.com.br/2011/08/hecho-en-bolivia_02.html, nesse último é só procurar que tem outros cds também. Ó o vídeo:
sábado, 25 de agosto de 2012
AO CACHORRO MALDITO
Poema escrito por Diego El Khouri.
No violão, Ivan Silva.
AO CACHORRO MALDITO
(Por Diego EL Khouri)
(Ao Marcos Alves Lopes)
Da merda que Marcos fala
a merda pura
e concentrada
é merda real e abstrata
essa merda que ele fala.
Merda com feijãosinho preto
cagada em noites de luar
e desejo.
Merda com pedacinhos de milho
mastigada pelo seu próprio filho.
Merda que fala Poesia
aquela que ele chama Vida.
Na chama que chamisca o dia
Merda pendurada
do lado de uma solitária pia.
Ó Merda que vos fala
ó Merda que ele fala
ó Merda que eu falo
semelhante ao meu falo.
Falo que não fala o que falo
que eu cago e cago na lata
cagar porçãosinhos de amor
do cú desabrochando a flor.
Merda assim merda assada
a Merda que o Marcos fala
é poesia abstrata
terreno profético dos dias
essa merda cantada.
http://molholivre.blogspot.com.br/2011/05/ao-cachorro-maldito.html
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Poema de Diego El Khouri, violão Ivan Silva
NA PORTA DO FUNDO
(Por Diego El Khouri)
Falei tudo que tinha que dizer,
ninguém me ouviu.
Estive perdido em náufragos absurdos
e ninguém me encontrou.
Agora aqui, imundo e só,
escuto vozes que não eram para serem
escutadas,
encontro seres que não eram
para serem encontrados,
molesto corpos que não eram para serem
molestados.
No fundo sou vil, desesperançado,
ingênuo
e isso ninguém me tira.
INFÂNCIA
(Por Diego EL Khouri)
Lençóis na cama
janela dourada
paredes brancas
de um veludo que encanta...
Colchão limpo
roupas no varal
o beijo na face
na manhã dominical...
O sonho de outrora
nos braços de agora
que se ergue e se move
na densidade afora...
barulho de meninas
límpidas como haxixe
onde a beleza marca o rosto
na volúpia que não vistes.
Na fronte que o peito chora
beijo que morde e cora
há uma agonia que sofre
ao lembrar da inútil ordem.
Vales no campo do quarto
nudez na parte contrária
sombras que emergem do nada
na infância imaculada.
Infância de um tempo perdido
sentida na fome cortada
ainda havia beleza
mesmo que uma beleza toda errada.
Fotografia olhada de esgueio
fraticida momento de sonho
cheiro de bolo corrói a fome
estraçalha, seduz e some.
Aos "tabernáculos da fé"
que o vício devora e conduz
há portas fechadas que se esmeram no acaso
a ponto de cessar toda a luz.
Por isso devoro o Agora
na dança vulgar da memória
divertindo a formidável Morte
como meretriz, como deus, como sorte.
Cicatrizes na barriga violentada
arcanjos submissos ao Nada
ontem como anjo vil sem lei
bebi toda bebida roubada.
Agora só sem memória sem passado
a infância me foi outorgada
não tive nenhum amigo
que libertasse essa alma aprisionada.
Agora só sem memória sem passado
o medo me foi usurpado
falo do meu tempo, dos meus vícios
das paredes que me foram mostradas.
Agora só sem memória sem passado
tenho na bílis os venenos mais tóxicos
na face o sorriso mais mórbido
e na alma um deus vomitado.
Amores eu tive, alguns eu fingi
e tudo vai se clareando
na correnteza sutil
que o pensamento vai levando.
Agora só sem memória sem passado
o que eu vi não está errado
era sim um menino inventivo
que se violentava em seu delírio.
Era sim um menino cheio de chagas
no deserto sujo da alma
colhendo os dejetos da alma
colhendo os dejetos da alma
comendo as fezes da alma
molestando o ventre da alma
perdendo a essência da alma
brincando no eterno da alma
sonhando a liberdade da alma
tendo no efêmero da calma
a certeza que o universo caminha sem passos.
Esse é o deserto da alma
e os lençóis que se evaporam no Saara
há janelas douradas
"que sempre voltam para casa".
Há Maomé de joelhos
enganando uma nação abastada
crianças na praça a gritar
não sabem que a felicidade é um peito aberto a gritar.
E EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
o último apelo dos vícios
não me limito ao abismo
antes ser deus do que ser faminto.
EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
a nudez se despe de cinismo.
O último apelo ao amigo
: deixa eu cravar em ti
essa minha melancolia!
Deixa eu ser pra ti
o anjo que se aniquila!
Lençóis na cama
janelas douradas
paredes brancas
roupas no varal
o beijo na face...
... enfim
a infância foi encontrada...
http://zinevertigem.blogspot.com.br/2012/01/na-porta-do-fundo.html
http://molholivre.blogspot.com.br/2012/08/infancia.html
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
DEPARO
(Por Ivan Silva)
não procurava e encontrei
a caminhar em meu coração desmatado,
um sentimento sobrevivente,
livre, incorruptível...
desses que, sei lá,
ou fogem ou atacam a gente.
não procurava e encontrei
a caminhar em meu coração desmatado,
um sentimento sobrevivente,
livre, incorruptível...
desses que, sei lá,
ou fogem ou atacam a gente.
domingo, 19 de agosto de 2012
rock and roll
(Por Ivan Silva)
dessa vez não há mais volta
o navio fantasma vaga na névoa
anjos em chamas despencam do azul
pairando cinza em meio ao caos
o corpo divino
... com todo desespero do mundo
candidatos abraçam a criança sem lar
um a um
e abrem sorriso para foto
a criança nem X diz...
sem cessar vomita sangue.
dessa vez não há mais volta
o navio fantasma vaga na névoa
anjos em chamas despencam do azul
pairando cinza em meio ao caos
o corpo divino
... com todo desespero do mundo
candidatos abraçam a criança sem lar
um a um
e abrem sorriso para foto
a criança nem X diz...
sem cessar vomita sangue.
sábado, 18 de agosto de 2012
VÍTIMA NÚMERO 24568932547...
(Por Ivan Silva)
No escuro. No escuro de órbitas vazias,
mal tateou um pedaço de papel que estava aos seus pés, escutou:
—Larga esse dinheiro aí, mendigo cego, é meu!
Largou e saiu tropeçando.
—Esqueceu seus olhos!—disse a gargalhada.
A sua volta, escuridão, só...
Fuga lenta.
Tateou algo sólido e contínuo. Parede, muro, não sabia.
O acompanhava sem dar passos. Ou teria ficado surdo?
Tudo se tornou silencioso... Mau cheiro, feridas em todo o corpo,
moscas pousando no cérebro. Para a ironia de sua noção de rumo o que era tateado deixou de ser sentido, escafedeu.
O tal cheiro sofreu aumento, as feridas... vômito de sangue.
Uma onomatopéia bem no coração.
Ao receber a ligação que esperava, o cliente abriu um sorriso de candidato e começou a tratar de sua campanha eleitoral.
No escuro. No escuro de órbitas vazias,
mal tateou um pedaço de papel que estava aos seus pés, escutou:
—Larga esse dinheiro aí, mendigo cego, é meu!
Largou e saiu tropeçando.
—Esqueceu seus olhos!—disse a gargalhada.
A sua volta, escuridão, só...
Fuga lenta.
Tateou algo sólido e contínuo. Parede, muro, não sabia.
O acompanhava sem dar passos. Ou teria ficado surdo?
Tudo se tornou silencioso... Mau cheiro, feridas em todo o corpo,
moscas pousando no cérebro. Para a ironia de sua noção de rumo o que era tateado deixou de ser sentido, escafedeu.
O tal cheiro sofreu aumento, as feridas... vômito de sangue.
Uma onomatopéia bem no coração.
Ao receber a ligação que esperava, o cliente abriu um sorriso de candidato e começou a tratar de sua campanha eleitoral.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
INTRÍNSECO
(Por Ivan Silva)
Loucura
minha amada
ou é a morte bem vestida
minha primeira namorada (?!)
loucura
minha amada
ladra
Ó
Ah
que horror!
transição de toda a febre
me destrua com seu beijo
acabe comigo
o inútil
criança dopada de riso desgraçado
roube de mim de uma vez por todas
esse tédio imensurável.
Loucura
minha amada
ou é a morte bem vestida
minha primeira namorada (?!)
loucura
minha amada
ladra
Ó
Ah
que horror!
transição de toda a febre
me destrua com seu beijo
acabe comigo
o inútil
criança dopada de riso desgraçado
roube de mim de uma vez por todas
esse tédio imensurável.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Brenfa nº01
Primeira edição do fanzine Brenfa, feito em parceria com Diego El Khouri. Para pedir o seu é só entrar em contato:
elkhouri.diego@hotmail.com- Diego El Khouri
ou isrbaixo@hotmail.com- Ivan Silva
elkhouri.diego@hotmail.com- Diego El Khouri
ou isrbaixo@hotmail.com- Ivan Silva
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
ENTREVISTA COM GABRIELA IASI PILCH
Cantora, escritora, artista plástica. Um bate-papo rápido com essa poeta trabalhando os sentidos. Confiram aí:
1-Você mantinha um blog chamado "sentimento algum", onde postava seus poemas. Por quê esse nome? Pretende voltar?
Eu gosto de palavras que tenham várias formas de significados, o nome do blog: "sentimento algum" veio por representar o fato de existir ou não algum sentimento. Dependendo de como é usada, a palavra pode ser a afirmação ou o pedido pela busca de algum sentimento dentro ou ao redor das pessoas.
2-Música, poesia... pintura também se não me engano, quando começou a desenvolver seu lado artístico?
A primeira "arte" que fiz foi desenhar. Lembro que com 3 anos desenhei o Pato Donalds e não parei mais, rs. Me formei em Artes Plásticas mas como costumo dizer, para uma artista plástica eu sou uma ótima cozinheira. Escrever veio na adolescência e a música foi o que desenvolvi por último. Adoro tudo o que é ligado à Arte.
Amo escrever, cantar...mas sobre cozinhar, acho que é o que faço melhor! rs
3-Como é ser educadora?
A educação informal é muito gostosa pois é um desafio onde você precisa conquistar 20 pessoas à sua frente e geralmente tem meia hora para isso! Geralmente passa-se uma hora e meia com um grupo, então você tem uma hora para aproveitar a sua conquista e desenvolver algo! Fica sempre um gostinho de quero mais com cada um e esse trabalho não acaba. Aprende-se muito!
4-Sua arte é uma ferramenta no dia a dia?
Acredito que não a minha arte propiamente, mas o que ela faz comigo. Um olhar diferente sobre algo é o que sempre proponho para as pessoas, ligar coisas que de cara não estariam relacionadas e começar a perceber que é divertido fazer essas relações e que elas fazem muito sentido!
5-Às vezes, uma idéia fixa não quer sair da cabeça. Gostaria de inverter os papéis aqui... como é ser aprendiz? O que já aprendeu ensinando?
Isso! Sobre idéia fixa...às vezes um visitante entra no Museu ou na Galeria e inverte tudo o que eu pensava ou via, e isso é ótimo, abre a visão, nos coloca novamente "longe do espaço" que trabalhamos e nos faz enxergar aquilo que não vemos por tanto "ver".
Realmente o que fazemos 24 horas por dia, todas as pessoas, é aprender! A cada segundo aprendemos algo novo ou então fixamos algo já ensinado.
Lembro que uma garotinha de 5 anos me deixou sem palavras ao descrever uma imagem, e geralmente os pequenos são os melhores!
6-Desde de quando ouvi a banda que você tocava e cantava (Peserphone Eyes), senti algo bem Joy Division no ar. Sei lá, talvez seja só impressão minha. Mas enfim, mexeu muito comigo, no mínimo curioso. Sobre o que falam as letras?
As letras do Persephone Eyes falavam principalmente de sentimentos de perda. Eu e o vocalista, o André Januzzi, sem querer acabamos colocando em cada música, mesmo que de formas diferentes, algo que tivesse à ver com essa idéia.
7-Fala aí da Poemas de Maio.
O Poemas de Maio surgiu por uma vontade antiga que eu tinha de fazer algo mais leve, feminino e que pudesse experimentar sons mais abrangentes. Então, o Henrique ( baixista ) que já tinha guardado muitos sons que ele criava me passou e fomos construindo mais coisas.
Agora, com a formação toda: César - baixista e Sidney - guitarrista, estamos terminando as gravações do CD que se chamará: Fall. Estou adorando poder cantar e escrever as letras.
8-Um escritor e algo escrito pelo mesmo que você não esquece.
"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."
Franz Kafka
9-Um poema seu.
Não e de minha autoria esse corpo
Nem o nome ao qual me chamam
Eu mesmo fiquei perdido por aí
Tentando ser o que queria
Mas só posso ser
O que há em mim.
10-O que melhorou se é que melhorou e o que piorou com a chegada
das chamadas "redes sociais"?
Ah eu gosto das redes sociais, e lembro que foi por um serviço numa lan house dentro de uma escola onde eu escrevi grande parte dos meus poemas no blog que falamos à cima!
Meu pai era professor de Datilografia, adoro máquinas de escrever mas eu gosto de escrever mesmo é olhando para a flecha piscando na tela!
O que melhorou foi o fato de que nós podemos fazer a rede que temos, e fazemos de fato o que vemos, então muito do que reclamávamos na televisão, por não termos acesso à sua produção, aqui temos, e pelo que parece não é tão diferente pois há muita reclamação, então o problema somos nós!
O que melhorou? Nós possuímos a ferramenta "Fazer" nas nossas mãos, nas nossas casas, hoje com uma simples câmera e idéias, com um blog, com o facebook podemos fazer "TV", movimentar um meio de massa! Então, mãos à massa! Mas tem que ser criada uma boa refeição!!
11-Futuro, presente, ou passado?
Os 3.
12-Por quê?
Tem uma frase da Camille Claudel que diz: Há sempre algo de ausente que me atormente.
Não consigo dizer que gosto ou acredito mais em um só, pois o tempo que eu escolher foi construído ou será vivido em função do outro!
Quando excluo um dos tempos, me sinto como na frase da Camille.
13-Algo pra essa entrevista sair do forno agora.
A menos que você tenha um bolo de cenoura com cobertura de chocolate quentinho no seu forno para tomar com café, mãos à obr..(massa) publicar a reportagem! rs
1-Você mantinha um blog chamado "sentimento algum", onde postava seus poemas. Por quê esse nome? Pretende voltar?
Eu gosto de palavras que tenham várias formas de significados, o nome do blog: "sentimento algum" veio por representar o fato de existir ou não algum sentimento. Dependendo de como é usada, a palavra pode ser a afirmação ou o pedido pela busca de algum sentimento dentro ou ao redor das pessoas.
2-Música, poesia... pintura também se não me engano, quando começou a desenvolver seu lado artístico?
A primeira "arte" que fiz foi desenhar. Lembro que com 3 anos desenhei o Pato Donalds e não parei mais, rs. Me formei em Artes Plásticas mas como costumo dizer, para uma artista plástica eu sou uma ótima cozinheira. Escrever veio na adolescência e a música foi o que desenvolvi por último. Adoro tudo o que é ligado à Arte.
Amo escrever, cantar...mas sobre cozinhar, acho que é o que faço melhor! rs
3-Como é ser educadora?
A educação informal é muito gostosa pois é um desafio onde você precisa conquistar 20 pessoas à sua frente e geralmente tem meia hora para isso! Geralmente passa-se uma hora e meia com um grupo, então você tem uma hora para aproveitar a sua conquista e desenvolver algo! Fica sempre um gostinho de quero mais com cada um e esse trabalho não acaba. Aprende-se muito!
4-Sua arte é uma ferramenta no dia a dia?
Acredito que não a minha arte propiamente, mas o que ela faz comigo. Um olhar diferente sobre algo é o que sempre proponho para as pessoas, ligar coisas que de cara não estariam relacionadas e começar a perceber que é divertido fazer essas relações e que elas fazem muito sentido!
5-Às vezes, uma idéia fixa não quer sair da cabeça. Gostaria de inverter os papéis aqui... como é ser aprendiz? O que já aprendeu ensinando?
Isso! Sobre idéia fixa...às vezes um visitante entra no Museu ou na Galeria e inverte tudo o que eu pensava ou via, e isso é ótimo, abre a visão, nos coloca novamente "longe do espaço" que trabalhamos e nos faz enxergar aquilo que não vemos por tanto "ver".
Realmente o que fazemos 24 horas por dia, todas as pessoas, é aprender! A cada segundo aprendemos algo novo ou então fixamos algo já ensinado.
Lembro que uma garotinha de 5 anos me deixou sem palavras ao descrever uma imagem, e geralmente os pequenos são os melhores!
6-Desde de quando ouvi a banda que você tocava e cantava (Peserphone Eyes), senti algo bem Joy Division no ar. Sei lá, talvez seja só impressão minha. Mas enfim, mexeu muito comigo, no mínimo curioso. Sobre o que falam as letras?
As letras do Persephone Eyes falavam principalmente de sentimentos de perda. Eu e o vocalista, o André Januzzi, sem querer acabamos colocando em cada música, mesmo que de formas diferentes, algo que tivesse à ver com essa idéia.
7-Fala aí da Poemas de Maio.
O Poemas de Maio surgiu por uma vontade antiga que eu tinha de fazer algo mais leve, feminino e que pudesse experimentar sons mais abrangentes. Então, o Henrique ( baixista ) que já tinha guardado muitos sons que ele criava me passou e fomos construindo mais coisas.
Agora, com a formação toda: César - baixista e Sidney - guitarrista, estamos terminando as gravações do CD que se chamará: Fall. Estou adorando poder cantar e escrever as letras.
8-Um escritor e algo escrito pelo mesmo que você não esquece.
"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."
Franz Kafka
9-Um poema seu.
Não e de minha autoria esse corpo
Nem o nome ao qual me chamam
Eu mesmo fiquei perdido por aí
Tentando ser o que queria
Mas só posso ser
O que há em mim.
10-O que melhorou se é que melhorou e o que piorou com a chegada
das chamadas "redes sociais"?
Ah eu gosto das redes sociais, e lembro que foi por um serviço numa lan house dentro de uma escola onde eu escrevi grande parte dos meus poemas no blog que falamos à cima!
Meu pai era professor de Datilografia, adoro máquinas de escrever mas eu gosto de escrever mesmo é olhando para a flecha piscando na tela!
O que melhorou foi o fato de que nós podemos fazer a rede que temos, e fazemos de fato o que vemos, então muito do que reclamávamos na televisão, por não termos acesso à sua produção, aqui temos, e pelo que parece não é tão diferente pois há muita reclamação, então o problema somos nós!
O que melhorou? Nós possuímos a ferramenta "Fazer" nas nossas mãos, nas nossas casas, hoje com uma simples câmera e idéias, com um blog, com o facebook podemos fazer "TV", movimentar um meio de massa! Então, mãos à massa! Mas tem que ser criada uma boa refeição!!
11-Futuro, presente, ou passado?
Os 3.
12-Por quê?
Tem uma frase da Camille Claudel que diz: Há sempre algo de ausente que me atormente.
Não consigo dizer que gosto ou acredito mais em um só, pois o tempo que eu escolher foi construído ou será vivido em função do outro!
Quando excluo um dos tempos, me sinto como na frase da Camille.
13-Algo pra essa entrevista sair do forno agora.
A menos que você tenha um bolo de cenoura com cobertura de chocolate quentinho no seu forno para tomar com café, mãos à obr..(massa) publicar a reportagem! rs
domingo, 29 de julho de 2012
O que estava lá....
(Por Cacau Cruz)
Não sei dizer o que estava lá.
Se era sombra porque não vi a luz?
Se era luz de onde veio?
Não sei por que estava lá,
Veio a convite, ou chegou mansinho?
Era só meu ou de mais alguém?
Não sei como explicar.
Não tinha legenda ou determinação.
Era real ou imaginação?
Não sei por onde começar.
Se não tem início, terá um fim?
Será pois eterno, eterno enfim?
Não sei o que era ou para onde ia.
Pura incerteza e determinação.
Não seria nada, ou tudo seria então?
quarta-feira, 25 de julho de 2012
SUPETÃO
(Por Ivan Silva)
Pelo deserto que sou
caminho e não há oásis, não mais,
apenas miragem,
miragem, miragem, miragem.
Sol Rá!
Tudo em chamas.
Devastação...
Névoa, tempestade de sóis distantes,
gotas de orvalho pousam na cinza madrugada.
Pelo deserto que sou
caminho e não há oásis, não mais,
apenas miragem,
miragem, miragem, miragem.
Sol Rá!
Tudo em chamas.
Devastação...
Névoa, tempestade de sóis distantes,
gotas de orvalho pousam na cinza madrugada.
terça-feira, 24 de julho de 2012
BATIMENTO
(Por Ivan Silva)
Ritmo estou aqui:
voz de poeta, alucinação, anatomia louca,
atravessado pela realidade envenenada na sua caixa de truques.
Em tudo que escrevo está meu sangue,
nada mais consegue me ler se não com seu espanto de assassinato.
Cada palavra uma lâmina sádica, o que me corta e dilacera por dentro
em ti faz cócegas.
Ritmo estou aqui:
voz de poeta, alucinação, anatomia louca,
atravessado pela realidade envenenada na sua caixa de truques.
Em tudo que escrevo está meu sangue,
nada mais consegue me ler se não com seu espanto de assassinato.
Cada palavra uma lâmina sádica, o que me corta e dilacera por dentro
em ti faz cócegas.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
DETERIORAÇÃO
(Por Ivan Silva)
estou me consumindo em chamas,
sou o próprio inferno e anjo condenado,
fogo vermelho,
amarelo e azulado.
estou me consumindo em chamas,
sou o próprio inferno e anjo condenado,
fogo vermelho,
amarelo e azulado.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
DE CABEÇA
(Por Ivan Silva)
ao chegar no penhasco pulei.
se o que houver for mar,
mergulho,
se o que houver for pedras,
mergulho.
terça-feira, 17 de julho de 2012
SOBRETUDO, UMA DÁDIVA
(Por Cecília Fidelli)
A vida
é uma estranha madrugada.
Uma misteriosa lua.
Um sol radiante.
Um vento cortante.
Uma chuva incessante.
Um silêncio.
Um indignação indizível.
Um livro.
Um sonho inatingível.
Um horizonte perdido.
Um afeto longínquo.
Um imenso sorriso.
Uma lágrima amarga.
Uma perpétua batalha.
Uma fera.
Uma serena loucura.
Um oceano de náufragos.
Um idealismo arrojado.
Uma realização.
Uma morte íntima.
Uma fantasia.
Um som divino.
Uma miséria.
Uma excelsitude.
Uma viagem.
Um tudo ou nada.
é uma estranha madrugada.
Uma misteriosa lua.
Um sol radiante.
Um vento cortante.
Uma chuva incessante.
Um silêncio.
Um indignação indizível.
Um livro.
Um sonho inatingível.
Um horizonte perdido.
Um afeto longínquo.
Um imenso sorriso.
Uma lágrima amarga.
Uma perpétua batalha.
Uma fera.
Uma serena loucura.
Um oceano de náufragos.
Um idealismo arrojado.
Uma realização.
Uma morte íntima.
Uma fantasia.
Um som divino.
Uma miséria.
Uma excelsitude.
Uma viagem.
Um tudo ou nada.
--
segunda-feira, 16 de julho de 2012
LENÇÓIS SALPICADOS DE MERDA
(Por Ivan Silva)
o presente se foi
e eu fiquei preso no passado
sentimentos fugiram
e não me esperaram sair do transe,
desmoronaram o túnel da gentileza.
o presente se foi
e eu fiquei preso no passado
sentimentos fugiram
e não me esperaram sair do transe,
desmoronaram o túnel da gentileza.
terça-feira, 10 de julho de 2012
EXPOSIÇÃO NO FLEERTTY BAR O MÊS INTEIRO
Grupo DNA, apresentando esquetes. Tranqüilo acústico de Malzdreams. A presença daqueles que transformaram minha exposição em uma bela noite. Agradeço à todos que me deram força. Ederson e Arthur, que tocam e tocaram comigo, ao grupo de teatro DNA, e também ao dono do Fleertty bar, Humberto Gonçalves, pela oportunidade.
*A exposição teve início dia 06 de Julho e irá até dia 30.
Estará rolando mais coisas.
Para acompanhar a programação: http://www.facebook.com/fleertty.goiania
Endereço: Av.85 n. 781 GiY - Setor Sul fone: 3091-5551
segunda-feira, 9 de julho de 2012
CHAMA INTERIOR
(Por Ivan Silva)
a musa faz
canta
amor
carinho inesperado
coração sem pudor
ausente medo de ser exagerado
olhar da consciência,
ou inconsciência?!
após ter mergulhado...
quinta-feira, 5 de julho de 2012
sábado, 30 de junho de 2012
BOCADO ESCARRADO
(Por Ivan Silva)
ou todos me conhecem e eu tornei-me irreconhecível a mim mesmo
bêbado dionisíaco
fazendo não sei o quê
se desmanchando em risos
meio a uma carnificina do século
conversando com mentes sombrias
e um pouco mais de veneno
criança delinquente
estoura-se a bolha do mundo pequeno.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
CONVITE
^Fleerty bar <<<<<<<<<< <<<<<<<< Praça do Ratinho na 85. |
A partir de sexta-feira, dia 06 de julho, estarei expondo meus quadros no Fleetty bar. Pintura, música (se alguém mais quiser tocar além de mim que sou tímido pra caramba rsrs, leve o instrumento que for tocar) e portas abertas, bebida. Haverá exemplares de zines também, se vc tem o seu leva pra gente trocar material, se não tem mas quer conhecer outros trabalhos mesmo assim, vamo nessa. Compareçam lá!
quinta-feira, 21 de junho de 2012
XIX CALAFRIO
(Por Ivan Silva)
Num breve momento assim
a saudade cantou coruja dos meus sonhos
e eu o seu tormento, caminhando,
"cão de fogo",
farejando aquela velha prateleira
cheia de jornais empapados de urina de camundongo.
Calvin e Haroldo... Katteca...
Hagar o terrível...
Mafalda...
Rê...
Cabeça Oca...
infância se alastrando,
queimando o eu que ainda está aqui.
sábado, 12 de maio de 2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
PALMOS ALÉM DO NARIZ
(Por Ivan Silva)
Cá está Pinóquio,
ramificando-se,
mas Gêpeto não o quer assim.
Amola o facão
e considera cada broto, uma grande mentira!
quarta-feira, 25 de abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
DE CABEÇA PARA BAIXO
(Por Ivan Silva)
Aos tombos e barrancos
t não significa t,
apenas l com um traço cravado...l ferido, gatinha. Eu em terceira pessoa,
sátiro maldito, louco varrido,
f envenenado...
terça-feira, 17 de abril de 2012
BALBUCIO
(Por Ivan Silva)
O traço
e l cai de joelhos.
De imediato eco rebate:
Quem nasceu primeiro,
domingo, 8 de abril de 2012
LEVEMENTE
(Por Ivan Silva)
cada instante,
uma bolha de sabão...
que voa em silêncio
mas não é imperceptível.
mas não é imperceptível.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
NOITE SERENA
(Por Ivan Silva)
Em cada árvore te vejo
ninfa da inconsciência
dama da noite
a exalar no ar uma beleza única
que me deixa louco, ensandecido,
"animal sentimental" que sou
perdidamente tranqüilo e apaixonado.
terça-feira, 3 de abril de 2012
VAZIO
(Por Ivan Silva)
Outra vez a ampulheta...
Estou passando assim como o tempo.
Não sei esperar no fim, por isso me viro,
e sinto meus pedaços de ânsia
preencherem o espaço do medo.
Outra vez a ampulheta...
Estou passando assim como o tempo.
Não sei esperar no fim, por isso me viro,
e sinto meus pedaços de ânsia
preencherem o espaço do medo.
sábado, 31 de março de 2012
A HORA DO AGORA
(Por Ivan Silva)
O incompreensível,
a explosão,
o espanto!!!!!!!
Um momento de loucura
na cabeça das pessoas.
Destino?
Destino porcaria nenhuma...
Estou dentro dessa ampulheta
e não há tréguas,
não há como escapar...
a dor,
o prazer,
o pensamento,
a respiração....
Desço dilacerado,
até o fundo...
até o fim...
Se quero que me vire?
Não, Destino, valeu.
Eu me viro.
segunda-feira, 26 de março de 2012
UM DESCUIDO
(Por Ivan Silva)
vira ampulheta,
desvira ampulheta...
vira ampulheta,
desvira ampulheta...
apenas areia nas mãos do destino.
e vai começar tudo outra vez,
uma vez mais... sempre.
até o destino se cansar da brincadeira e deixar a ampulheta cair!
vira ampulheta,
desvira ampulheta...
vira ampulheta,
desvira ampulheta...
apenas areia nas mãos do destino.
e vai começar tudo outra vez,
uma vez mais... sempre.
até o destino se cansar da brincadeira e deixar a ampulheta cair!
FANZINE GOIANICE- 1 EDIÇÃO
"Resolvemos unir um pouco da obra, idéias, pensamentos e trabalhos de
alguns artistas do Estado de Goiás em um Fanzine. "
Quem quiser um, entra em contato: annaalchuffi1@gmail.com
Quem quiser um, entra em contato: annaalchuffi1@gmail.com
segunda-feira, 12 de março de 2012
Perdido no útero
(Ivan Silva)
Quando tenho em mente uma imagem sombria
passo dias a fio sem escrever.
E o tempo parece que pousa,
pausa, repousa,
mas à mim esse intervalo é curto.
Muito curto.
Curtíssimo.
Breve.
A vida de quem escreve, canta, insiste... ouve.
"E o tempo não pára"
Voa!
Quando tenho em mente uma imagem sombria
passo dias a fio sem escrever.
E o tempo parece que pousa,
pausa, repousa,
mas à mim esse intervalo é curto.
Muito curto.
Curtíssimo.
Breve.
A vida de quem escreve, canta, insiste... ouve.
"E o tempo não pára"
Voa!
sábado, 3 de março de 2012
Antiético
(Por Ivan Silva)
Lá vem outra vez.
O silêncio,
Freguês...
Bom dia,
em que posso ajudar?
É o que digo...
minha fala... minha situação. Está em falta...
Já vi que aqui não tem é nada. Ouço... Não sei porque vim nessa espelunca!
Faz parte da rotina. Freguês. Vendedor.
Atuo na frente e atrás do balcão.
Me causa náusea esse roteiro.
Meu estômago dói,
minha mente apodrece,
cada venda me envenena...
Porque não vai ver se estou na esquina?!
Sem educação.
Era uma vez um bom vendedor...
Lá vem outra vez.
O silêncio,
Freguês...
Bom dia,
em que posso ajudar?
É o que digo...
minha fala... minha situação. Está em falta...
Já vi que aqui não tem é nada. Ouço... Não sei porque vim nessa espelunca!
Faz parte da rotina. Freguês. Vendedor.
Atuo na frente e atrás do balcão.
Me causa náusea esse roteiro.
Meu estômago dói,
minha mente apodrece,
cada venda me envenena...
Porque não vai ver se estou na esquina?!
Sem educação.
Era uma vez um bom vendedor...
domingo, 19 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
SARAU
Aí,
sábado dia 11, tem Sarau! Em Santo Antônio de Goiás.
Pra chegar lá é só pegar o ônibus que faz a linha 287,
no Terminal do Dergo,
e descer no último ponto.
Vai ser na casa do poeta Ney Gonçalves.
O ponto fica próximo.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
DESOLADOR
(Por Ivan Silva)
Depois de muito esforço, o bebezão diz: gu gu dá dá.
E no entanto todos respondem:
Olha que gracinha...
Depois de muito esforço, o bebezão diz: gu gu dá dá.
E no entanto todos respondem:
Olha que gracinha...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
COLETIVO ZINE 01
ESTÁ DISPONÍVEL O COLETIVO ZINE 01 !!!!!
O Coletivo Zine é uma ação conjunta. Obra de uma coletividade, sem dono, sem restrições.
A primeira edição impressa do fanzine já pode ser adquirida. São 64 páginas em preto e branco, com HQs, poemas, contos, montagens, ilustrações, artigos. Participações de Jackson Abacatu, Michael Kiss, Fabio da Silva Barbosa, Marcelo Dolabella, Diego El Khouri, Alexandre Mendes, Henrique César, Obersale, Rodrigo Pedroso, Ivan Silva, Kaio Bruno Dias, Cássio Aquino, Wagner T., Taty N.S..
Para adquirir o Coletivo Zine 01 é só entrar em contato com qualquer dos seguintes distribuidores (a divisão por cidade é só pra facilitar, enviamos também por correio):
em Belo Horizonte / MG:
Jackson Abacatu - jackson.abacatu@gmail.com
Marcelo Dolabella - hqsdola@gmail.com
no Rio de Janeiro / RJ:
Wagner Nyhyw - wnyhyw@gmail.com
em Goianira / GO:
Ivan Silva - isrbaixo@hotmail.com
em Porto Alegre / RS:
Fabio Barbosa - fsb1975@yahoo.com.br
em São Roque / SP:
Rodrigo Pedroso - semdrive@yahoo.com.br
em São Cristóvão / SE:
Henrique César - hcrodrigues3@hotmail.com
ISTO É SÓ O INÍCIO. ADQUIRA O SEU. DIVULGUE. PARTICIPE.
domingo, 22 de janeiro de 2012
domingo, 15 de janeiro de 2012
O VIGÁRIO
(Por Ivan Silva)
Pap'A Vale chegou e viu
nos olhos cansados
o brio da sua imagem
E
nos ouvidos feridos
ausência de palavras brunidas,
Contando assim mil falácias.
Cheio de boas novas,
melhorias,
futuro e doce lar.
Empolgado! Com entusiasmo!
Convicção!
Para depois jogar no fogo
as pessoas e o carvão.
Pap'A Vale chegou e viu
nos olhos cansados
o brio da sua imagem
E
nos ouvidos feridos
ausência de palavras brunidas,
Contando assim mil falácias.
Cheio de boas novas,
melhorias,
futuro e doce lar.
Empolgado! Com entusiasmo!
Convicção!
Para depois jogar no fogo
as pessoas e o carvão.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
EU
(Por Ivan Silva)
Quando digo eu,
não fica difícil ver onde está a falha.
Eu sou a falha.
O desgaste no dente da engrenagem.
A porteirinha da boca banguela...
domingo, 8 de janeiro de 2012
1,2,3
(Por Ivan Silva)
Impressos,
Três numa cajadada só!
Vejam aqui somente as capas:
Se quiserem saber como cada um realmente ficou: isrbaixo@hotmail.com
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
ZONZEIRA - REFLEXÃO V
(Por Ivan Silva)
Maria, Marina, Josefa, Carlos, Richard, Adaldo, Lunie, Lurdes, Lilí... uma lista. Até o momento, esses são os perfis humanos que estão arquivados no sistema do colecionador. Como ele os capturou? Ora, eu já disse... o quê? Rede Social... aham, virtualmente inofensiva e divertida... mas é isso que a torna fatal, não? Olha só. Maria é enfermeira; Marina é secretária; Josefa faz enfeites; Carlos vende carros; Richard nasceu ontem; Lunie é fisólofo acadêmico formado em Boston; Adaldo faz publicidade; Lurdes ficou famosa depois de morrer; e Lilí, Lilí acaba de comprar a última trombeta religiosa, na Loja do Apocalipse. É isso. Onde estou? Estou vivo ou morto? Presente faço parte do passado. Perfis humanos,"o homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes." Perfis humanos, o meu nome também está na lista! O Colecionador sabe muito mais de mim do que eu. Perfis humanos... onde é que eu estou com a cabeça? O que foi que eu bebi? Água?!
Maria, Marina, Josefa, Carlos, Richard, Adaldo, Lunie, Lurdes, Lilí... uma lista. Até o momento, esses são os perfis humanos que estão arquivados no sistema do colecionador. Como ele os capturou? Ora, eu já disse... o quê? Rede Social... aham, virtualmente inofensiva e divertida... mas é isso que a torna fatal, não? Olha só. Maria é enfermeira; Marina é secretária; Josefa faz enfeites; Carlos vende carros; Richard nasceu ontem; Lunie é fisólofo acadêmico formado em Boston; Adaldo faz publicidade; Lurdes ficou famosa depois de morrer; e Lilí, Lilí acaba de comprar a última trombeta religiosa, na Loja do Apocalipse. É isso. Onde estou? Estou vivo ou morto? Presente faço parte do passado. Perfis humanos,"o homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes." Perfis humanos, o meu nome também está na lista! O Colecionador sabe muito mais de mim do que eu. Perfis humanos... onde é que eu estou com a cabeça? O que foi que eu bebi? Água?!
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
O COLECIONADOR DE BORBOLETAS DESCARADO - REFLEXÃO IV
(Por Ivan Silva)
E trancado na grande gaiola:
Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio... no momento em que o colecionador de borboletas penetra no borboletário, com sua rede social, sorrindo aos quatro ventos, num fluir ausente de tesão sádico. E pega duas, três... oito, nove... nove borboletas na rede, espetando em cada uma um alfinete no tórax. Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio. O colecionador não pára, continua. Inacreditável, parece sentir um prazer eterno. Estamos no mundo da fantasia!
Abre um caderno (mais puxado para Albúm de perversidade) e sem relar um dedo nas asas, arquiva as borboletas, uma a uma, conforme as contempla na página. Azar! azar... azar... Dia... que dia? A escuridão aumentou. Deus levou o papagaio: --Eu não nasci da cegonha... Deus me levou... eu não nasci da cegonha! Será que tem como piorar?! O Colecionador agora coleciona perfis humanos.
E trancado na grande gaiola:
Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio... no momento em que o colecionador de borboletas penetra no borboletário, com sua rede social, sorrindo aos quatro ventos, num fluir ausente de tesão sádico. E pega duas, três... oito, nove... nove borboletas na rede, espetando em cada uma um alfinete no tórax. Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio. O colecionador não pára, continua. Inacreditável, parece sentir um prazer eterno. Estamos no mundo da fantasia!
Abre um caderno (mais puxado para Albúm de perversidade) e sem relar um dedo nas asas, arquiva as borboletas, uma a uma, conforme as contempla na página. Azar! azar... azar... Dia... que dia? A escuridão aumentou. Deus levou o papagaio: --Eu não nasci da cegonha... Deus me levou... eu não nasci da cegonha! Será que tem como piorar?! O Colecionador agora coleciona perfis humanos.
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