terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O COLECIONADOR DE BORBOLETAS DESCARADO - REFLEXÃO IV

(Por Ivan Silva)

E trancado na grande gaiola:
Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio... no momento em que o colecionador de borboletas penetra no borboletário, com sua rede social, sorrindo aos quatro ventos, num fluir ausente de tesão sádico. E pega duas, três... oito, nove... nove borboletas na rede, espetando em cada uma um alfinete no tórax. Azar! azar... Azar o seu! Diabos! -- pragueja o papagaio. O colecionador não pára, continua. Inacreditável, parece sentir um prazer eterno. Estamos no mundo da fantasia!
Abre um caderno (mais puxado para Albúm de perversidade) e sem relar um dedo nas asas, arquiva as borboletas, uma a uma, conforme as contempla na página. Azar! azar... azar... Dia... que dia? A escuridão aumentou. Deus levou o papagaio: --Eu não nasci da cegonha... Deus me levou... eu não nasci da cegonha! Será que tem como piorar?! O Colecionador agora coleciona perfis humanos.

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