[Parte da Parte] Parte X
Ir e voltar faz parte de um joão bobo
Se ele consegue ou não parar
Fica ai o critério do mistério
De que ele só precisa balançar.
Parte "B"
Se tudo na vida pudesse ser azul
Estaria eu pisando agora no céu
Que culpa teria um urubu voar na terra?!
É óbvio, teria a culpa azul.
Parte "E"
As folhas verdes, secam, avoam...
É como as árvores e o tempo se destraem
Que passa, passa, outonos, primaveras...
Embora isso não impeça, as folhas caem...
Colcha
O sarcasmo
é um pedaço da injúria
A labuta
uma parte do trabalho
Nada disso passa de uma luta
Uma colcha inteira,
não passa de um retalho.
[Recinto]
Pra ver se o
sentimento é puro
basta enxergá-lo
no âmbito do escuro.
Aguardo de terça[poemas marcólicos]
Esse meu raciocínio
sem alejo, sem muleta
Esse meu alívio
Sem verdade, sem mentira
Deixa sem moínho os próprios tais moídos
e os espinhos que eu vejo, do cacheiro
nada mais que os pequenos ruídos fazem sentido
(dos ratos roendo os moídos)
Uma só tranquilidade-- já me disseram
Mas poucos sabem o que já não esperam
ratos ou espinhos? ruídos ou cacheiro?
Vá para o banheiro! Antes de sentir qualquer cheiro.
Folhas brancas
O pouco é muito, perto de algo eterno.
Não tem porque
Triste não é aquele cego que chora
Triste é aquele que ao vê-lo, se comove.
2 comentários:
Sua poesia é um mergulho no universo, na metafísica, na verdadeira união da natureza e da emoção.
Eu, sendo esse poeta xulo, perdido e esquecido nesse pungente vazio sinto as vibrações que a sua arte transmite.
Mergulhado numa teia de revolta e loucura sinto-me perdido; um barco naufragado e sem destino, afundado na lama, na dor inevitável que evito sempre.
Sinto paz ao ler seus versos. Somente assim...
No mais vou me afundando nessa lama existencial me perdendo no caminho entre pombas e canhões.
Parabéns, poeta!
"O pouco é muito, perto de algo eterno."
Nunca li nada mais terno!
Muito bom, como sempre...
Sua poesia me traz paz...
P.S: Sinto sua falta no meu blog!
=[
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