sexta-feira, 31 de julho de 2009
Embora nada do que eu diga se encaixe
Próxima do inverno, és bela
Chegado o verão, outono, primavera
És bela, estatela, quebradiça
Seus cacos tilintam ao cair no chão
Uma harmonia soa e quebra o silêncio mudo
Cai de leve uma chuva
Sem raios, sem granitos
Só chuva, só água
O silêncio paira
Leve, uma bolha de sabão
Flutua entre as sombras
Um morcego, grita
Ao desvio de paredes
Num pedaço de vidro
Uma gotinha pinga
Não sei si é água
Mas marca um tempo
Um tempo insistente
Que atrai e distrai
O som de um violino dança
Enquanto eu vejo seus lábios cor de rosa
És bela( uma imagem) da espessura
De seus fios de cabelo torneando o vento
Vejo que sou o solo, os cacos caem do céu
Vindo direto ao chão
Avoam-me nos olhos
Furam as pupilas
Cortam-me as artérias
Sim, flutuam pelo corpo todo
Na noite, somos água e terra
Na manhã apenas misturados
Em forma de lama
Tenho em mim os seus estilhaços
E você tem em si
Os meus torrões de terra
Embora nada do que eu diga
Se encaixe
És bela, estatela, quebradiça.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Cada vez mais dificil escolher quais textos seu colocar no zine...
Vc me deixa sem palavras!
=]
Muito belo este poema! Você usa de uma linguagem cheia de imagens para descrever emoções,e isso torna a poesia musical.
Postar um comentário