quinta-feira, 23 de julho de 2009

Minha primeira conhecida



Que diabos tem a lua?!
Nenhum, ela apenas é cheia
Eu não estou mal,
também não estou bem
Antes
O ar que eu respirava me coçava
De bobo eu ria...parecendo ter achado ouro de tolo.
Ainda não tenho medo―dizia. Assim a mim mesmo.
Fazia uma graça que nem eu me lembro, e com certeza se perdeu
a um misero cisco.
Pra todo lugar que eu ia, sempre havia uma direção...
No chão eu tropeçava feito a primeira roda quadrada
E apesar disso, girava...
Rodava...
Num banco de ônibus, eu parecia estar em um avião,
voando a 200 mil pés, flutuando sobre a água das nuvens.
E embora tivesse um cheiro podre, eu sentia um perfume
com a intensidade de uma dama da noite.
(respira, suspira....transpira...o cheiro não lhe sai do nariz)
Eu me estagnei antes que viesse a embrulhar o estômago.
No vago do meu quintal, olhei para lua, ela , sólida como nunca
Olhei-a― pensando―pode ter alguém a julgá-la cheia?
E fiquei achando ter falado algo puro.
Vejo o que sou. Só um pobre empedernido.

3 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito né poeta!
Deixou-me sem palavras...

Beijos!

Diego El Khouri disse...

A lua: a lãmpada dos boêmios, dos apaixonados e dos mendigos.

Sarah El Khouri disse...

Às vezes tmbm me pergunto: que diabos tem a lua? Sei lá... só sei que ela me magnetiza misteriosamente...
Bom , como sempre sua postagem ficou muito legal!