quarta-feira, 15 de julho de 2009

Agulha do palheiro



Eu perco, perco
minhas palavras destrinchadas
no meu coração rasgado
Ainda outro dia
acho uma noite,
uma noite pequena demais
Ficção, fixação
guardo-a no meu bolso.
Sem noite, a lua fica.
Ainda mais
Eu a perco
Fico louco
Procuro tão pouco,
que a minha vontade
se esvaira
Perco a paciência,
daqui até ali
Encontro a distância
pequenina, nua
recém-nascida
deixo então,
que ela siga a sua vida!
A minha eu já tenho,
é inútil falar disso
acho o que eu acho
perco o que eu perco,
ao encontro,
é só um desdeixo o que eu deixo
Sou especialista, especialista em perder coisas
Não perco meu tempo,
Perco a minha vida,
tentando fazer as mãos mais lentas que os olhos.

5 comentários:

Diego El Khouri disse...

Fantástico, sinto a essência desse poema talvez por vivê-lo na minha vida.

"Eu perco, perco
minhas palavras destrinchadas
no meu coração rasgado"

Anônimo disse...

Suas palavras me dão leveza, me traz paz!
Acho isso um tanto... divino!

=]

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sarah El Khouri disse...

Muito legal. O que vc escreve faz a gente viajar loooooooonge.

Unknown disse...

Ptuz, to grilado...To em meio a grandes poetas, e não consigo acompanha-los...