sábado, 9 de maio de 2009

Migração



Um suspiro sente o cheiro, é a annona, de longe olho o que não consigo ver. Tudo o que pode estar a mil anos-luz daqui, e não existe nenhuma razão, apenas sinto o cheiro de uma chirimoya.
Hum...ai está algo distante. Permanente a estibordo com velas assopradas e nem sou marinheiro, mais nada de lamentos.
O mar ainda é um estranho pra mim, mais eu sei que no horizonte não dá pra se ver nenhuma chirimoya.

Sem saída eu fico, com dois caminhos apenas daqui até lá. O mar, não, e a terra, há uma viagem, e eu sei que de tardezinha as mudanças de tempo não acontecem tão depressa assim como no mar, eu espero... Espero passar por entre árvores, como num passeio de inverno, e sentir todas as fragrâncias e odores, tudo em um único cheiro frio e gelado, precisamente.

Vem a calhar uma esperança e um corvo em companhia e não necessariamente um porque, a esperança garante a última e o estado precavido... Responsabilidades do corvídeo, onde é sempre esperado castanhas, pobre do corvo.
Ei de encontrar buracos ou túneis obscuros nas beiras da estrada, e que atraem o olhar, devem ser iguais em todos os lugares. E a nunca encontrada é a topeirinha, já encontrei alguma?! Sendo apenas procurada em caminhos de viagens noturnas , incansavelmente, talvez ela leve uma vida perturbada. E exercida pela confiança fica a sã consciência de que ela pode não estar física-presente em todos os lugares.

Que tal tropicar? Nada acontece sem tropicar em um maldito toco.
Olhares também são atraídos por patos, uma boa carona sem analisar o peso humano, que voam todos os anos em direção ao sul, pólo sul talvez e que frios e frios que não se perdem. Os frios, devo pegá-los e evitar tamanho desperdício, primeiramente: não comprar uma bússola, eu não vejo que bússola adiantaria si no centro da terra nunca há de funcionar, sobre custódia de ignorância.
O que não atrai, um pato que canta todos os anos também e pronto para ser um mascote também fica parado e sempre pela metade do caminho, no começo, onde está sempre vivendo.

Não sei si é o lugar, mais ao olhá-los ficam meio que perdidos e pertencentes das mãos são os exames com resultados negativos, sinal de saúde, uma das melhores coisas do mundo e apenas não com tanto sentido assim, ficam eles. Ver o medicamentos, um momento, vagas lembranças de um tropicão... Chão sólido revestido por folhas e o estado é de bem. Regressões aos pedidos de exames...
Surge contradições, os patos podem vir a ser um terceiro caminho, e no mesmo instante dessa obsessão.
Uma simples engolida com semente e tudo. Incomparável, coisas num peito como tosse agarrada, surge a certeza da existência de uma semente que desceu por algum caminho errado da traquéia e eu as vejo, vomitando, sai manchas escuras quase como borra de café, derretidas. Azares ao me servir com apenas um caroço, um favo de uma annona, sem gula e sem muita luxúria, pra não menosprezar o desejo. O fato é que saborosa é uma inteira.
Mantenho cuidados sobre hipóteses, todo cuidado é pouco, escolho sempre " o óbvio ". Ainda pelo caminho da terra... A chegada ao Bosque Exilado, um labirinto adentro e perdições de talvez meio século. A lembrança é algo que parece ser maior e de forma alguma comparada a pirâmides que também são estranhas, mas mais nada de caminhos, objetos ou de seres existentes que antes foram decorados ou memorizados são muito detalhados, não-inesquecíveis? talvez. E eu nem me lembro de quando habitei pelo Bosque, será que fui tão velho assim? não sei. De acordo com regras muito velho pode ser o labirinto, si tiver sido muito novo, si apareceu do nada então é uma miragem. Certamente é muito novo o Bosque Exilado seguindo por intuições, o que é bom quando não se é um intuitivo.

Bosque Exilado, uma formação de árvores em pares, distantes umas das outras, não muito, o que traz um certo vazio ao meio e que comparando aos túneis obscuros, nunca encontrada é a topeirinha . Surgindo a necessidade de um deixar de recado será deixado escrito no solo, ao lado de um pequeno buraco, onde há de permanecer algumas marcas das pequenas patinhas," você não entende, desculpe-me por causar ou adiantar o teu espanto ".
No meio do Bosque, ora-ora...a casa do corvo sim, que pode ser um espantalho, também cai como uma luva mesmo que fique todo o resto injustiçados, mais tendo um chão miraculoso e forrado por folhas tudo bem.

Uma simples serpentina em passeio retorna aos espios, uma espera de caça. Pobre da última a calhar, segue um abandono em meio as folhas verdes e amareladas, marrons e avermelhadas, secas e empretejadas, de presença de cores existindo apenas um olhar a própria volta. Contendo percepções de falta de geada.
Um suspiro sente o suspiro, uma espera pelo fim da obsessão, é preciso ao menos um copo d'água. Outro caminho...
O mar, sim, há embarcações para não-pequenos desejos. Sem "graça" e vivo é o caminho, por esse é preciso ir solitário, caso contrário, si perder a companhia não tem como retornar, assoprado pelo forte vento vindo das costas.

Um comentário:

Diego El Khouri disse...

pirei!! texto muito bom!!!! cada texto mais q eu vejo d sua autoria eu mais me impressiono