sábado, 30 de maio de 2009
Noite, tem o som de flauta
Ao anoitecer, tem um olho tampado e olha em direção a porta
onde há um relógio que marca vinte horas e cinquenta e seis minutos.
Mal enxergado a luz de velas, o relógio, traz à noite um som de flauta.
Volta e meia eu me encontro em defronte, parece até uma procura por ele, o mal. Na madrugada, já vi pela fresta da janela, é difícil definir e ter a certeza no exato momento. Tenho suspeitas quando da noite até o amanhecer, ainda permanecem lá...ou uma escuridão seguida de luz que ofusca os olhos, ou uma nuvem nublada que molhou o chão até o resto da noite, acabam ficando sob culpa.Mais é o cochilo que tem a minha atenção, os segundos de um frio seco, como si fosse algo soprando por fora e por dentro, e o corpo envolto por um abraço bem seguro.
Na mesma janela mal fechada, que fica a fresta, todos os dias a noite até numa terça-feira dessas, passava uma brisa cheia de sereno, um sono profundo e coisas à ouvir, uma coruja que descia em voo de caça, duas a três vezes seguidamente em cima de uma única folha, que se movia empurrada pelo vento. E cansada pelas tentativas, pousava num poste condenado e começava seu canto, mais era um canto murcho e em pausas. E em cada pausa um limpar de plumas com o seu bico, era exatamente assim.
Isso até uma terça-feira dessas, depois, nunca mais apareceu a coruja.
A janela continua mal fechada, e me faz ficar em defronte, qualquer dia desses eu fecho ela pra sempre, mais só depois que eu descobrir de onde vem esse som, definido sopro.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Walkíria
Eu estou sempre por perto
Estou perdido
De prontidão a você Walkíria
si puder, me leve, pode
Quando me fizer perguntas, negarei
e possivelmente também direi sim
quero alguma coisa
Tenho perguntas, sem necessidades de resposta
o que você fez?
porque me olhou diferente?
Me achou um doce, particularmente
eu ainda continuo o mesmo
não igual
Eu quero alguma coisa
Você é um chocolate amargo Walkíria
Quantas vezes me vê
Eu de costas viradas
perguntas e perguntas pra onde eu vou
e eu sempre indo a seu encontro
Minha Walkíria, minha idiota
deseja-me imendado a você
Deseja-me outra coisa
ou eu me aproximo rápido
mais perto fico,
mais perto de mim afastar
te digo o que quero
De você eu quero tudo
seu carinho, seu amor
seus olhos e sua boca
seu corpo, sua distância
sua vida e sua alma
mesmo que me compare ao diabo.
A Walkíria , cartas sem remetente
(foto tirada por: Ivan Atun)
" Coração de diamante "
Eu não digo o que quer escutar, falo apenas por necessidade
escuto sua voz e não entendo a seu jeito
talvez, sim ou não.
Tem o seu significado, precisa de mim
eu não ajudo diretamente, e espero apenas que não precise.
Oras, a sua segurança se vê pelo espelho...
Será que é frágil como o vidro?!
Não acho nada
Ouvidos maiores, sem escuta do que eu digo, não me importo
a sua voz não soa no meu ouvido.
Pronto e bem polido com o seu brilho ofusca quase tudo,
reflete o meu biológico sentimental, e manda pra longe a imagem.
Meu olho está ruim, ruim demais.
Raios...
se refletem, ultra-violeta!
Si mal dá pra ver o seu coração de diamante,
o rosto então...
vc não é a Walkíria...
é?
terça-feira, 19 de maio de 2009
Maria fumaça
Devagar começa a maria fumaça
sem muita força do carvão
a queima, teima
corre, corre, freia
Freios se quebram
maria fumaça atravessa pontes
chega a outros rumos
volta, rodeia
Queima, a teima
fortalece, enfraquece
controlada pelo maquinista
controlada pelo carvão
Controlada pelo fogo e fumaça
queima, incedeia
torra, tosta
destroços ao chão
Parada pelo caminho
antes um pouco
De onde mora um menino
menino sortudo
Não que não viste a queima
mais não viu a teima
não controlou a maria fumaça
não morreu como o maquinista
sábado, 9 de maio de 2009
Migração
Um suspiro sente o cheiro, é a annona, de longe olho o que não consigo ver. Tudo o que pode estar a mil anos-luz daqui, e não existe nenhuma razão, apenas sinto o cheiro de uma chirimoya.
Hum...ai está algo distante. Permanente a estibordo com velas assopradas e nem sou marinheiro, mais nada de lamentos.
O mar ainda é um estranho pra mim, mais eu sei que no horizonte não dá pra se ver nenhuma chirimoya.
Sem saída eu fico, com dois caminhos apenas daqui até lá. O mar, não, e a terra, há uma viagem, e eu sei que de tardezinha as mudanças de tempo não acontecem tão depressa assim como no mar, eu espero... Espero passar por entre árvores, como num passeio de inverno, e sentir todas as fragrâncias e odores, tudo em um único cheiro frio e gelado, precisamente.
Vem a calhar uma esperança e um corvo em companhia e não necessariamente um porque, a esperança garante a última e o estado precavido... Responsabilidades do corvídeo, onde é sempre esperado castanhas, pobre do corvo.
Ei de encontrar buracos ou túneis obscuros nas beiras da estrada, e que atraem o olhar, devem ser iguais em todos os lugares. E a nunca encontrada é a topeirinha, já encontrei alguma?! Sendo apenas procurada em caminhos de viagens noturnas , incansavelmente, talvez ela leve uma vida perturbada. E exercida pela confiança fica a sã consciência de que ela pode não estar física-presente em todos os lugares.
Que tal tropicar? Nada acontece sem tropicar em um maldito toco.
Olhares também são atraídos por patos, uma boa carona sem analisar o peso humano, que voam todos os anos em direção ao sul, pólo sul talvez e que frios e frios que não se perdem. Os frios, devo pegá-los e evitar tamanho desperdício, primeiramente: não comprar uma bússola, eu não vejo que bússola adiantaria si no centro da terra nunca há de funcionar, sobre custódia de ignorância.
O que não atrai, um pato que canta todos os anos também e pronto para ser um mascote também fica parado e sempre pela metade do caminho, no começo, onde está sempre vivendo.
Não sei si é o lugar, mais ao olhá-los ficam meio que perdidos e pertencentes das mãos são os exames com resultados negativos, sinal de saúde, uma das melhores coisas do mundo e apenas não com tanto sentido assim, ficam eles. Ver o medicamentos, um momento, vagas lembranças de um tropicão... Chão sólido revestido por folhas e o estado é de bem. Regressões aos pedidos de exames...
Surge contradições, os patos podem vir a ser um terceiro caminho, e no mesmo instante dessa obsessão.
Uma simples engolida com semente e tudo. Incomparável, coisas num peito como tosse agarrada, surge a certeza da existência de uma semente que desceu por algum caminho errado da traquéia e eu as vejo, vomitando, sai manchas escuras quase como borra de café, derretidas. Azares ao me servir com apenas um caroço, um favo de uma annona, sem gula e sem muita luxúria, pra não menosprezar o desejo. O fato é que saborosa é uma inteira.
Mantenho cuidados sobre hipóteses, todo cuidado é pouco, escolho sempre " o óbvio ". Ainda pelo caminho da terra... A chegada ao Bosque Exilado, um labirinto adentro e perdições de talvez meio século. A lembrança é algo que parece ser maior e de forma alguma comparada a pirâmides que também são estranhas, mas mais nada de caminhos, objetos ou de seres existentes que antes foram decorados ou memorizados são muito detalhados, não-inesquecíveis? talvez. E eu nem me lembro de quando habitei pelo Bosque, será que fui tão velho assim? não sei. De acordo com regras muito velho pode ser o labirinto, si tiver sido muito novo, si apareceu do nada então é uma miragem. Certamente é muito novo o Bosque Exilado seguindo por intuições, o que é bom quando não se é um intuitivo.
Bosque Exilado, uma formação de árvores em pares, distantes umas das outras, não muito, o que traz um certo vazio ao meio e que comparando aos túneis obscuros, nunca encontrada é a topeirinha . Surgindo a necessidade de um deixar de recado será deixado escrito no solo, ao lado de um pequeno buraco, onde há de permanecer algumas marcas das pequenas patinhas," você não entende, desculpe-me por causar ou adiantar o teu espanto ".
No meio do Bosque, ora-ora...a casa do corvo sim, que pode ser um espantalho, também cai como uma luva mesmo que fique todo o resto injustiçados, mais tendo um chão miraculoso e forrado por folhas tudo bem.
Uma simples serpentina em passeio retorna aos espios, uma espera de caça. Pobre da última a calhar, segue um abandono em meio as folhas verdes e amareladas, marrons e avermelhadas, secas e empretejadas, de presença de cores existindo apenas um olhar a própria volta. Contendo percepções de falta de geada.
Um suspiro sente o suspiro, uma espera pelo fim da obsessão, é preciso ao menos um copo d'água. Outro caminho...
O mar, sim, há embarcações para não-pequenos desejos. Sem "graça" e vivo é o caminho, por esse é preciso ir solitário, caso contrário, si perder a companhia não tem como retornar, assoprado pelo forte vento vindo das costas.
O mar ainda é um estranho pra mim, mais eu sei que no horizonte não dá pra se ver nenhuma chirimoya.
Sem saída eu fico, com dois caminhos apenas daqui até lá. O mar, não, e a terra, há uma viagem, e eu sei que de tardezinha as mudanças de tempo não acontecem tão depressa assim como no mar, eu espero... Espero passar por entre árvores, como num passeio de inverno, e sentir todas as fragrâncias e odores, tudo em um único cheiro frio e gelado, precisamente.
Vem a calhar uma esperança e um corvo em companhia e não necessariamente um porque, a esperança garante a última e o estado precavido... Responsabilidades do corvídeo, onde é sempre esperado castanhas, pobre do corvo.
Ei de encontrar buracos ou túneis obscuros nas beiras da estrada, e que atraem o olhar, devem ser iguais em todos os lugares. E a nunca encontrada é a topeirinha, já encontrei alguma?! Sendo apenas procurada em caminhos de viagens noturnas , incansavelmente, talvez ela leve uma vida perturbada. E exercida pela confiança fica a sã consciência de que ela pode não estar física-presente em todos os lugares.
Que tal tropicar? Nada acontece sem tropicar em um maldito toco.
Olhares também são atraídos por patos, uma boa carona sem analisar o peso humano, que voam todos os anos em direção ao sul, pólo sul talvez e que frios e frios que não se perdem. Os frios, devo pegá-los e evitar tamanho desperdício, primeiramente: não comprar uma bússola, eu não vejo que bússola adiantaria si no centro da terra nunca há de funcionar, sobre custódia de ignorância.
O que não atrai, um pato que canta todos os anos também e pronto para ser um mascote também fica parado e sempre pela metade do caminho, no começo, onde está sempre vivendo.
Não sei si é o lugar, mais ao olhá-los ficam meio que perdidos e pertencentes das mãos são os exames com resultados negativos, sinal de saúde, uma das melhores coisas do mundo e apenas não com tanto sentido assim, ficam eles. Ver o medicamentos, um momento, vagas lembranças de um tropicão... Chão sólido revestido por folhas e o estado é de bem. Regressões aos pedidos de exames...
Surge contradições, os patos podem vir a ser um terceiro caminho, e no mesmo instante dessa obsessão.
Uma simples engolida com semente e tudo. Incomparável, coisas num peito como tosse agarrada, surge a certeza da existência de uma semente que desceu por algum caminho errado da traquéia e eu as vejo, vomitando, sai manchas escuras quase como borra de café, derretidas. Azares ao me servir com apenas um caroço, um favo de uma annona, sem gula e sem muita luxúria, pra não menosprezar o desejo. O fato é que saborosa é uma inteira.
Mantenho cuidados sobre hipóteses, todo cuidado é pouco, escolho sempre " o óbvio ". Ainda pelo caminho da terra... A chegada ao Bosque Exilado, um labirinto adentro e perdições de talvez meio século. A lembrança é algo que parece ser maior e de forma alguma comparada a pirâmides que também são estranhas, mas mais nada de caminhos, objetos ou de seres existentes que antes foram decorados ou memorizados são muito detalhados, não-inesquecíveis? talvez. E eu nem me lembro de quando habitei pelo Bosque, será que fui tão velho assim? não sei. De acordo com regras muito velho pode ser o labirinto, si tiver sido muito novo, si apareceu do nada então é uma miragem. Certamente é muito novo o Bosque Exilado seguindo por intuições, o que é bom quando não se é um intuitivo.
Bosque Exilado, uma formação de árvores em pares, distantes umas das outras, não muito, o que traz um certo vazio ao meio e que comparando aos túneis obscuros, nunca encontrada é a topeirinha . Surgindo a necessidade de um deixar de recado será deixado escrito no solo, ao lado de um pequeno buraco, onde há de permanecer algumas marcas das pequenas patinhas," você não entende, desculpe-me por causar ou adiantar o teu espanto ".
No meio do Bosque, ora-ora...a casa do corvo sim, que pode ser um espantalho, também cai como uma luva mesmo que fique todo o resto injustiçados, mais tendo um chão miraculoso e forrado por folhas tudo bem.
Uma simples serpentina em passeio retorna aos espios, uma espera de caça. Pobre da última a calhar, segue um abandono em meio as folhas verdes e amareladas, marrons e avermelhadas, secas e empretejadas, de presença de cores existindo apenas um olhar a própria volta. Contendo percepções de falta de geada.
Um suspiro sente o suspiro, uma espera pelo fim da obsessão, é preciso ao menos um copo d'água. Outro caminho...
O mar, sim, há embarcações para não-pequenos desejos. Sem "graça" e vivo é o caminho, por esse é preciso ir solitário, caso contrário, si perder a companhia não tem como retornar, assoprado pelo forte vento vindo das costas.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
Coisas não exatas
Tudo numa rua, num tempo de nuvens, que perguntas não surgiram? e ainda há lembranças, na direção, bem na contra-mão, e o encontro de dois lados, onde em um deles estava uma criança, e no outro estava a mulher dos dentes...
Alguém estava num dia de mau-humor daqueles.
Ela passava sinuosa, de olhos vidrados na rua onde queria estar, onde passava muitas outras mulheres, sim, mais que não eram dos dentes, e também passavam ali muitas outras crianças.
Conversar, era tudo que ela queria.
Assim, como ela disse à criança, você vai morrer e ir pro inferno.
A criança pôde não lhe dar um sorriso.
Assim, como a criança olhou seriamente à mulher e não disse quase nada, ela teve objetividade ao perguntar, como uma criança tão linda assim pode ter uma cara tão fechada?
Conversar, era tudo e apenas o que ela queria.
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