domingo, 9 de dezembro de 2012

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

(Por Ivan Silva)

Trabalhando sem cessar
consciência e inconsciência,
feito um Gregor Samsa,
encaro o Tédio da rotina

com outros funcionários
que desconhecem ter asas
e chamam uns aos outros de otários,
se comportam mesmo como proletários...

Trabalhando de lua a lua, competindo
entre si, rimando vida com vazio,
suados e encurvados, submissos,

escravos com corrente até os dentes,
tão iludidos que não conseguem se ver
cada um o elo da sanguínea corrente.

Um comentário:

Vi disse...

Nós e o nosso "Real ofício"...
Brilhante soneto sobre a nossa esterilidade vestida de atividade. Certa vez escrevi que hoje, ao invés do vazio (como outrora), o que torna nossa mente a oficina do Diabo é o capital.
Abraço, mestre Ivan!

Vi
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