(Por Ivan Silva)
Trabalhando sem cessar
consciência e inconsciência,
feito um Gregor Samsa,
encaro o Tédio da rotina
com outros funcionários
que desconhecem ter asas
e chamam uns aos outros de otários,
se comportam mesmo como proletários...
Trabalhando de lua a lua, competindo
entre si, rimando vida com vazio,
suados e encurvados, submissos,
escravos com corrente até os dentes,
tão iludidos que não conseguem se ver
cada um o elo da sanguínea corrente.
Um comentário:
Nós e o nosso "Real ofício"...
Brilhante soneto sobre a nossa esterilidade vestida de atividade. Certa vez escrevi que hoje, ao invés do vazio (como outrora), o que torna nossa mente a oficina do Diabo é o capital.
Abraço, mestre Ivan!
Vi
www.bardodataverna.blogspot.com
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