sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Romance

Homem e TV.
Jantar a luz de velas!
[...]
Quando a energia acabou quebrou o clima.

domingo, 18 de setembro de 2011

Mar ou rocha não importa

(Por Ivan Silva)

Ser mar, ou ser rocha? Ser rocha não é sentir as ondas do mar que se quebram? Não é ser cavoucado e dar, querendo ou não, novos limites a mais fortes e renovadas ondas? Não é se tornar vazio? Não é deixar passar despercido os pedaços, os grãos, os pós umidecidos que são arrancados pelo mar a cada toque? E ser mar?! Não é arrancar da dura rocha, minerais necessários para vida? Não é ir de encontro a praia; se lançar sobre a areia, onde há conchas, ovos de tartaruga enterrados, e também frações do lixo industrial da humanidade?! Ser mar, ou ser rocha?...

domingo, 11 de setembro de 2011

Respostas que o tempo evita dizer

(Por Atun Álgun)

Das dificuldades encontradas,

duas voltaram, e agora mais terríveis:
Aproveitar o dia como se nada tivesse acontecido,
E viver sem fazer perguntas vazias...

Nada do que quero acontece, está tudo parado.
Ponho-me então a fazer movimenos.
Nada...
Paro e apanho no chão um jornal,
passo as páginas e leio.
Nada...
Nem uma folha seca rola na calçada.
Nada de vento... nada...
Até a natureza hoje tirou o dia pra me fazer pirraça.
Caminho mais um pouco, paro no meio da pista.
E esses carros 0Km, não vão me atropelar?
Pessoas olham casas como se olhassem vitrines.
Promoção!
Grito para ver se alguém se manifesta.
Nada...
Ninguém...
Nem um sinal de seriedade...
As coisas estão indo bem...
Mas o que será que está acontecendo comigo?!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O- ansioso

(Por Atun Álgun)

Talvez exista um ser de felicidade inabalável que mesmo quando vê a miséria dá um sorriso solto, não estampado, trocando palavras através do olhar, sem maldade, sem malicia no coração, pois dele ninguém abusa... Ainda que grande parte da sujeira do mundo esteja descoberta e apenas assim já seja terrível, ainda que os aproveitadores o fodam, ter vergonha e ficar na mesma posição não é com ele. Alegria inabalável, hospitais não dão conta da demanda, o mundo inteiro está doente e o vírus é um deus Vulcão que engole oferendas. Rotina, silêncio diamantado, ignorância, submissão, conformismo, satisfação anestésica, tudo isso o Vulcão engole... Questionamento, reivindicação, protesto, movimento, mudança, "felicidade que só é completa quando compartilhada" inabalável, não. E entra em erupção, explode seu líquido opressor que policia, libera o enxofre colorido por nomes como gás de contenção, gás do riso, e até mesmo de cozinha, sobre a batizada desordem... Prisão por desacato, desaparecimento, espancamento para a vida voltar ao normal. Corpos que vão pra debaixo da terra, mortes naturais inexistentes, vida artificial construída, olhares desabados pelo choro, vermes e coração, dia longo, espasmos, dor esticada, desespero, realidade... Talvez exista no mundo um ser de felicidade inabalável que, depois de examinada, como sangue seja doável.

domingo, 4 de setembro de 2011

SABE

(Por Ivan Silva)

sabe o que eu queria
nunca mais comer nada
nunca mais comprar nada
nunca mais fazer nada por obrigação
nunca mais ver as pessoas felizes com as suas vidas e ficar calado
nunca mais colaborar com todos esses problemas que afetam os sentimentos,
a vida,
a natureza,
o ser humano
(esse animal que sabe que sabe)