quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dezembrinos

O tempo é a garganta do mundo
que aos poucos se anseia,
não que nos engula
mas somos uma coisa feia...
um câncer na garganta
num lindo final de natal,
na ceia.

Horas em ponto
IX

Não faço primeiros para os últimos
Eu não consigo falar sério
não faço charada para o mistério
não faço histeria para o histérico
nem faço cegueira para o cego
E sim os últimos é que se fazem para os primeiros
Eu, só não consigo falar sério.

Poema, fonêma, dilema

Eu nunca tive estilo
em poema
em fonêma
em dilema
Se o nunca é um grilo, já não sei
Mais do que ruído afora
sei que nem tentei
não ter estilo
não ter um grilo
nem ter dilema
nem ter fonêma
nem ter poema.

Manicômio quarto nº qualquer

Quando se conversa sozinho
com as paredes, não é loucura,
não é doidura, doidura
é quando você percebe que elas
que diziam te escutar,
estavam só mentindo.

18:40 Fora do cronômetro


A tardezinha que eu vejo, não é o pôr-do-sol, é reluzente
uma bomba que caiu na minha mente.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ain adorei!

Boa rima, ótimas análises!

Mais adorei isso:

"Quando se conversa sozinho
com as paredes, não é loucura,
não é doidura, doidura
é quando você percebe que elas
que diziam te escutar,
estavam só mentindo."

Que bom que vc me contou, então elas me enganaram esse tempo todo!
^^

Bjo.

Vi disse...

Vejo que existem mais pessoas que dialogam com as graciosas e serpentescas paredes! Ou será que monologamos e mesmo assim vemos mentira onde só há eco de nossas próprias palavras? Bem, o certo é dizer que somos meros dezembrinos que não conseguem falar sério, poetas sem estilo, cuja bomba na mente acomete-nos ao mistério. Meus parabéns, sir Ivan!

Sarah El Khouri disse...

"Quando se conversa sozinho
com as paredes, não é loucura,
não é doidura, doidura
é quando você percebe que elas
que diziam te escutar,
estavam só mentindo."

è isso aí.
Adoro o q vc escreve, Ivan! é bom enbarcar em tuas viagens na literatura

Diego El Khouri disse...

Você a cada texto, a cada poema se mostra como um grande filósofo e um mestre na arte da metáfora.
Esse poema então um dos mais incriveis q vc fez.
parabésn, mancebo!