quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Canto recolhido

Prefiro montes e motanhas
que se esmoronam, se soterram
Numa noite diurna e agourenta
tão perfeita quanta lenta

Assoprada pelo vento a vida
Transparente, refletida, ó!(não)
Parece bem cheia e bem vazia
Isso não é vida, é bolha de sabão

Feita a mão, por uma alma corroída
Árida e exposta em senso, oriunda(s)
Não há porque só procurar bolhas
Pra que nelas cravem as suas unhas

Prefiro montes e montanhas
Assim como poeira_ciscos!
Folhas secas e passarin...
É, na certa não se esmoronam

Só veem!Vão, se vão, ficam...
Numa noite diurna e agourenta
Tão perfeita quanto lenta
Bem próximos do meu dedo mindin...!

3 comentários:

Vi disse...

Bolha de sabão... De fato! E um sabão que parece não ter nada a ver com limpeza, alveza, purificação. Também prefiro montes e montanhas, pois deles o céu pode ser tocado com o dedo, mindin ou não, e o formigueiro da vida pode ser contemplado como o ciclo de movimentos repetidos e obstinados que realmente é. Quem sabe a vista nos leva a trocar obstinação por amor? Perfeitos versos, amigo! Casimírico, eu diria.

Diego El Khouri disse...

Mestre das metáforas bucólicas. Também prefiro montanhas, quero alcançar o topo, sair da atual condição de verme para não apenas ver a imensidão da existência, mas sim vê-la e senti-la como um pássaro que alça voos enormes áprocura de ventura e paz.
Paz que aos poucos vou percebendo que não existe, a não ser nos seus poemas onde o idealismo e a vontade de se entregar ao Todo está sempre visivel.
Bom poema!
Ele me deu momentos de esperança...

Anônimo disse...

Tb prefito montanhas e montes, pq por mais que o vento tire deles algumas lascas, eles resistem.. nao se findam, apenas aceita as mudanças!

Muito bom querido Ivan, muito bom como sempre!

PARABÊNS!