quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ENTREVISTA COM GABRIELA IASI PILCH

Cantora, escritora, artista plástica. Um bate-papo rápido com essa poeta trabalhando os sentidos. Confiram aí:

1-Você mantinha um blog chamado "sentimento algum", onde postava seus poemas. Por quê esse nome? Pretende voltar?

Eu gosto de palavras que tenham várias formas de significados, o nome do blog: "sentimento algum" veio por representar o fato de existir ou não algum sentimento. Dependendo de como é usada, a palavra pode ser a afirmação ou o pedido pela busca de algum sentimento dentro ou ao redor das pessoas.

2-Música, poesia... pintura também se não me engano, quando começou a desenvolver seu lado artístico?
A primeira "arte" que fiz foi desenhar. Lembro que com 3 anos desenhei o Pato Donalds e não parei mais, rs. Me formei em Artes Plásticas mas como costumo dizer, para uma artista plástica eu sou uma ótima cozinheira. Escrever veio na adolescência e a música foi o que desenvolvi por último. Adoro tudo o que é ligado à Arte.
Amo escrever, cantar...mas sobre cozinhar, acho que é o que faço melhor! rs

3-Como é ser educadora?

A educação informal é muito gostosa pois é um desafio onde você precisa conquistar 20 pessoas à sua frente e geralmente tem meia hora para isso! Geralmente passa-se uma hora e meia com um grupo, então você tem uma hora para aproveitar a sua conquista e desenvolver algo! Fica sempre um gostinho de quero mais com cada um e esse trabalho não acaba. Aprende-se muito!

4-Sua arte é uma ferramenta no dia a dia?

Acredito que não a minha arte propiamente, mas o que ela faz comigo. Um olhar diferente sobre algo é o que sempre proponho para as pessoas, ligar coisas que de cara não estariam relacionadas e começar a perceber que é divertido fazer essas relações e que elas fazem muito sentido!

5-Às vezes, uma idéia fixa não quer sair da cabeça. Gostaria de inverter os papéis aqui... como é ser aprendiz? O que já aprendeu ensinando?
Isso! Sobre idéia fixa...às vezes um visitante entra no Museu ou na Galeria e inverte tudo o que eu pensava ou via, e isso é ótimo, abre a visão, nos coloca novamente "longe do espaço" que trabalhamos e nos faz enxergar aquilo que não vemos por tanto "ver".
Realmente o que fazemos 24 horas por dia, todas as pessoas, é aprender! A cada segundo aprendemos algo novo ou então fixamos algo já ensinado.
Lembro que uma garotinha de 5 anos me deixou sem palavras ao descrever uma imagem, e geralmente os pequenos são os melhores!

6-Desde de quando ouvi a banda que você tocava e cantava (Peserphone Eyes), senti algo bem Joy Division no ar. Sei lá, talvez seja só impressão minha. Mas enfim, mexeu muito comigo, no mínimo curioso. Sobre o que falam as letras?

As letras do Persephone Eyes falavam principalmente de sentimentos de perda. Eu e o vocalista, o André Januzzi, sem querer acabamos colocando em cada música, mesmo que de formas diferentes, algo que tivesse à ver com essa idéia.




7-Fala aí da Poemas de Maio.

O Poemas de Maio surgiu por uma vontade antiga que eu tinha de fazer algo mais leve, feminino e que pudesse experimentar sons mais abrangentes. Então, o Henrique ( baixista ) que já tinha guardado muitos sons que ele criava me passou e fomos construindo mais coisas.
Agora, com a formação toda: César - baixista e Sidney - guitarrista, estamos terminando as gravações do CD que se chamará: Fall. Estou adorando poder cantar e escrever as letras.



8-Um escritor e algo escrito pelo mesmo que você não esquece.

"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."


Franz Kafka


9-Um poema seu.

Não e de minha autoria esse corpo
Nem o nome ao qual me chamam
Eu mesmo fiquei perdido por aí
Tentando ser o que queria
Mas só posso ser
O que há em mim.


10-O que melhorou se é que melhorou e o que piorou com a chegada
das chamadas "redes sociais"?


Ah eu gosto das redes sociais, e lembro que foi por um serviço numa lan house dentro de uma escola onde eu escrevi grande parte dos meus poemas no blog que falamos à cima!
Meu pai era professor de Datilografia, adoro máquinas de escrever mas eu gosto de escrever mesmo é olhando para a flecha piscando na tela!
O que melhorou foi o fato de que nós podemos fazer a rede que temos, e fazemos de fato o que vemos, então muito do que reclamávamos na televisão, por não termos acesso à sua produção, aqui temos, e pelo que parece não é tão diferente pois há muita reclamação, então o problema somos nós!
O que melhorou? Nós possuímos  a ferramenta "Fazer" nas nossas mãos, nas nossas casas, hoje com uma simples câmera e idéias, com um blog, com o facebook podemos fazer "TV", movimentar um meio de massa! Então, mãos à massa! Mas tem que ser criada uma boa refeição!!


11-Futuro, presente, ou passado?

Os 3.

12-Por quê?

Tem uma frase da Camille Claudel que diz: Há sempre algo de ausente que me atormente.
Não consigo dizer que gosto ou acredito mais em um só, pois o tempo que eu escolher foi construído ou será vivido em função do outro!
Quando excluo um dos tempos, me sinto como na frase da Camille.


13-Algo pra essa entrevista sair do forno agora.


A menos que você tenha um bolo de cenoura com cobertura de chocolate quentinho no seu forno para tomar com café, mãos à obr..(massa) publicar a reportagem! rs

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom.