quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O COVEIRO

(Por Ivan Silva)

“Baudelaire me cavou uma cova profunda”
Nessa intriga o advogado aparece.
Defensivo, junto ao juiz de outras tumbas
E vão se ostentando as calunias.

“As flores do mal são terríveis de prova”
E o cenário despenca um gemido.
“Os tonéis são de fundo finitos”
E o ódio duvida e vacila a certeza.

O belo se horripila nos olhos.
As pupilas queimam tamanha frieza
“Onde está afinal essa espúria de cova?”

E a paisagem se entra em discórdia.
“Baudelaire coveiro dos malditos!”
E entra pela boca o verme dos ouvidos.